300 moínhos do nordeste transmontano vão ser recuperados

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Sex, 30/01/2009 - 09:59


Recuperar moínhos e dotá-los de micro-centrais de produção de energia eléctrica. É este o projecto que uma empresa espanhola, a Hidroequador, quer pôr em marcha em cerca de 300 moínhos do nordeste transmontano. No projecto estão envolvidas algumas freguesias do concelho de Bragança.

França é a que vai contribuir com o maior núcleo.

Ao todo serão sete os moinhos requalificados.

 

3 Moinhos em França, 3 em Montesinho e um em Portelo vão ser requalificados por uma empresa espanhola ligada às energias renováveis.

O objectivo é pôr os moinhos a produzir energia que depois será vendida à EDP.

A empresa espanhola vai assumir todas as despesas com as obras de requalificação e a junta de freguesia vai receber uma percentagem sobre os lucros da venda da produção de energia.

O presidente da Junta de França só vê vantagens neste projecto. “É uma oportunidade única de matar três coelhos de só uma cajadada”, conta. “Recupera-se património, adquire-se receita, que vai depender da quantidade de água, e beneficia-se também o turismo”, explica Amândio dos Santos Costa. De acordo com o mesmo, a junta presta apenas apoio para a empresa fazer.

 

A junta de freguesia vai receber 10% dos lucros da exploração dos moinhos nos 10 primeiros anos, a partir dos 15 anos, a margem é aumentada para 15%.

Amândio dos Santos Costa sublinha ainda que os interesses da freguesia foram salvaguardados, sobretudo no que toca à exploração dos moinhos pela população. “A questão da moagem e da rega foi salvaguardada”, garante. Segundo o autarca “quando for necessário moer a empresa pára uma semana ou duas e as pessoas vão moer e quanto à rega vão ter de disponibilizar a água e o canal para três meses e meio de rega nos meses de Verão”.

 

O presidente da junta já tem algumas ideias quanto aos investimentos que poderá fazer com o dinheiro da exploração dos moinhos. “Há infra-estruturas de rega que vamos precisar de renovar ou de fazer novas e é para aí que vão as verbas”, adianta. Por outro lado, Amândio dos Santos Costa fala ainda em renovar a Casa do Povo de França.

Em França será ainda criado um novo posto de trabalho já que uma pessoa da freguesia vai ficar responsável pela vigilância dos moinhos.

 

Apesar de o protocolo com a empresa espanhola já estar assinado, as obras de requalificação dos moínhos não devem começar antes do segundo semestre deste ano.

Escrito por Brigantia