Cabaz alimentar custa mais 7,35€ do que em janeiro e já acumula quase 30% de aumento desde 2022

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Sex, 21/11/2025 - 08:21


O preço dos alimentos continua a subir. Neste momento, o cabaz alimentar, monitorizado pela DECO PROteste, está sete euros mais caro que no início do ano

A alimentação continua a pesar cada vez mais na carteira dos portugueses. Apesar de ter registado uma ligeira descida de preço na última semana, o cabaz alimentar está agora 7 euros e 35 cêntimos mais caro do que na primeira semana deste ano, um aumento de 3,11%.

Entre 12 e 19 de novembro, o cabaz desceu 1 euro e 44 cêntimos, passando a custar 243 euros e 52 cêntimos. Porém, esta queda não chega para compensar a tendência de subida que se tem verificado desde o início do ano.

Na última semana, dois produtos chamaram especialmente a atenção pelas subidas expressivas. A polpa de tomate aumentou 18%, mais 23 cêntimos, custando agora 1 euro e 48 por uma embalagem de meio quilo, e a alface frisada subiu 17%, mais 37 cêntimos, atingindo os 2 euros e 51 por quilo.

Também os cereais integrais, o atum em azeite e o carapau registaram subidas significativas.

A DECO PROteste acompanha semanalmente os preços desde janeiro de 2022. Desde então, o cabaz alimentar aumentou quase 56 euros, uma subida de quase 30%. Os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 97%), dos ovos (mais 86%) e dos cereais integrais (mais 72%).

Comparados os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como os ovos (mais 32%), o esparguete (mais 22%) e os brócolos (mais 18%).

A pressão sobre os preços começou com a pandemia e agravou-se com a guerra na Ucrânia, que levou ao aumento do custo das matérias-primas, da energia e dos fertilizantes. Apesar de medidas como a isenção temporária de IVA sobre alimentos essenciais em 2023, o alívio sentido pelos consumidores foi curto.

A inflação, que tinha disparado nos últimos anos, mostra agora sinais de moderação. Em 2022 atingiu níveis históricos. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística, no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do país voltou às subidas. Já em outubro, abrandou pelo segundo mês consecutivo, para 2,3%.

A subida dos preços na alimentação levou o Governo a adotar, em abril de 2023, a isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos. Inicialmente a medida ajudou a controlar a subida dos preços, mas poucos meses depois o impacto deixou de se fazer sentir, com o preço do cabaz alimentar novamente a disparar.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves