Qui, 05/09/2024 - 08:46
Portugal tem atraído cada vez mais brasileiros em busca de uma nova vida, especialmente em cidades do interior como Bragança, que oferecem qualidade de vida, segurança e oportunidades.
Foi o caso de Fabiana Silva que se mudou para Bragança em 2019 para apoiar a filha, que veio estudar para o Politécnico de Bragança e, encantada pela hospitalidade local, decidiu permanecer na cidade mesmo depois da filha se formar. A tendência de escolher destinos além dos grandes centros reflete a procura por ambientes acolhedores e tranquilos. “Eu decidi ficar porque amei Bragança desde o dia que aqui cheguei. Eu gosto de verdade do aconchego de Bragança. Vim para um país que não conhecia, só eu e a minha filha, e tivemos oportunidade de conhecer as pessoas, o que não teríamos noutro lugar. Aqui conhecemos várias pessoas e elas conhecem-nos na rua. Fomos criando vinculo com as pessoas, algo que na cidade grande não funcionaria”.
Luciana Oliveira Partilha sentimentos semelhantes aos de Fabiana Silva. A cabeleireira de 47 anos veio para Bragança com o marido, também atraída pelo IPB, onde se matriculou num curso de estética. Afirma que foi Bragança que a escolheu e não ao contrário. Mas garante que, actualemente não trocaria a cidade transmontana por outro lugar. “Poder ver o sol nascer e pôr-se com tranquilidade, sem risco de ser assaltado, para nós isso é qualidade de vida e é o que Bragança nos entrega. Bragança, hoje em dia, atende a todas as nossas necessidades e por isso p plano é ficar por aqui”.
Outro fator decisivo foi o custo de vida mais acessível e a proximidade que a cidade proporciona. “Primeiro pelo arrendamento e segundo pelo custo de vida: se morássemos em Lisboa ou no Porto o custo seria maior que aqui. Pode ser que lá haja salários maiores mas acho que aqui condiz com a realidade local. O que ganhamos é para lá de suficiente para vivermos bem”.
Tanto Fabiana como Luciana destacam a qualidade de vida em Bragança. Mas enquanto que elas apreciam a tranquilidade da cidade e o ritmo de vida mais calmo, Pedro Pecora, de 26 anos, tem uma visão diferente.
Pedro assume que também gosta da tranquilidade e do custo de vida reduzido que Bragança oferece, mas admite que sente falta de opções de lazer. “Gosto que a cidade seja tranquila e barata mas o contra é a localização ou a falta de um cinema, como nos grandes centros, e coisas para se fazer, por exemplo, no fim-de-semana”.
O jovem programador acredita que existe um meio-termo ideal entre a tranquilidade de Bragança e as comodidades dos grandes centros, onde poderia encontrar um equilíbrio entre opções de entretenimento e qualidade de vida, como a cidade de Aveiro. “Eu penso sair de Bragança mas mesmo assim não ir para grandes centros. Se for para Aveiro fico a cerca de 45 minutos do Porto, onde há mais coisas para fazer”.
As histórias de Fabiana, Luciana e Pedro exemplificam a tendência crescente de brasileiros que escolhem viver no interior de Portugal, atraídos pela qualidade de vida e oportunidades. Enquanto cidades menores como Bragança oferecem segurança e senso de comunidade, para jovens como Pedro, a vida no interior pode ser mais desafiadora.
Escrito por Brigantia