Seg, 22/05/2023 - 17:18
É mais uma iniciativa de luta pela profissão docente e pela escola pública, protagonizada pela plataforma que reúne a Fenprof e outras organizações sindicais.
Os docentes exigem respeito, valorização da carreira e melhores condições de trabalho.
Rosa Pessoa vai integrar a caravana dos professores a partir do marco do quilómetro zero da EN2, em Chaves.
Rosa é docente há 35 anos e, actualmente, lecciona, no Agrupamento de Escolas Dr. António Granjo, na cidade flaviense.
Vai participar nesta caravana contra o que diz ser a falta de respeito do Governo pelos professores.
“Estou no meio da carreira, não há hipótese de chegar ao topo da carreira, sempre muito trabalho e o desrespeito que o ministro passa dos professores para o público, tira-nos o tempo de serviço, é muita burocracia na escola, não nos ouve”, afirmou.
António Chaves é docente há 37 anos, na cidade flaviense, e também se queixa de falta de vontade de diálogo por parte do Ministério da Educação.
“O ministério não quer ouvir os professores, não quer dar razão pelo menos a algumas das reivindicações dos professores e o ministério manter-se numa atitude muda e cega àquilo que se passa nas escolas”, frisou.
Rosa Pessoa vai acompanhar a caravana, apenas, durante o tempo que tem disponível.
“Vou fazer a caravana até Lamego, porque não posso faltar às aulas”, referiu.
O professor António Chaves não pode participar na caravana, mas não desiste da luta por melhores condições para a classe.
“Se calhar não vou poder fazer a caravana porque não tenho dias livres para o fazer, mas estou de alma e coração com os colegas que vão fazer a Nacional 2”, disse.
A carava de professores pela EN2 arranca hoje em Chaves e termina no dia 30 de maio em Faro.
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, lembra que a caravana pelos quase 740 quilómetros da Estrada Nacional 2 antecede a greve e duas manifestações agendadas para 06 de junho, pelos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço que os professores querem ver repostos na íntegra até ao final da atual legislatura, em 2026.
“Os seis anos, seis meses e 23 dias são muitos, os 738,5 Km também, por isso não os vamos fazer todos num dia, vamos fazer em etapas, em seis dias e meio, com etapas várias, que é isso que queremos negociar com o ministério, quais as etapas de recuperação do tempo de serviço, mas claro que em cima da mesa estão outros aspectos, nomeadamente as questões que têm a ver com a estabilidade dos professores, a mobilidade. É uma injustiça e desumanidade tremenda o que estão a fazer aos colegas”, afirmou.
Mário Nogueira explica ainda que a caravana de professores vai ter várias concentrações junto às escolas das vilas e cidades por onde vai passar a caravana, já que não espera muita adesão para fazer a estrada.
Para o dia 10 de junho está prevista a presença de um grupo de professores na cidade da Régua, onde vão decorrer as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
No dia 01 de agosto, também vão marcar presença no arranque das Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa.
Escrito por Rádio Ansiães (CIR)
Foto: Rádio Ansiães