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Técnica da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana acusada de corrupção passiva

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Qui, 18/05/2023 - 15:41


O Ministério Público deduziu acusação de crime de corrupção passiva contra uma técnica superior da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, com sede em Mirandela, e de corrupção activa a uma sociedade comercial prestadora de serviços de medicina no trabalho, e a mais dois arguidos ligados à empresa

É o que revela, esta quinta-feira, o site oficial da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, dando conta que o despacho é datado de 31 de Março.

À técnica superior foi imputada a prática de dois crimes de corrupção passiva; aos restantes a prática de dois crimes de corrupção ativa.

O Ministério Público considerou indiciado que o sócio-gerente solicitou a abordagem à técnica superior, responsável pelo Departamento de Higiene e Saúde no Trabalho da AMTQT, e “com acesso a informação privilegiada e sigilosa sobre os concursos públicos promovidos pela mesma, o favorecesse em concursos públicos na área da segurança e saúde no trabalho, a troco de entrega de quantias monetárias”, refere a nota do Ministério Público, acrescentando que a arguida “aceitou; e que, por isso, nos concursos de aquisição de serviços de medicina no trabalho promovidos pela AMTQT, relativos aos anos de 2015 e 2018, indicou ao arguido sócio-gerente o valor da proposta mais baixa das empresas concorrentes, para que este estivesse em condições de apresentar em representação da sua própria empresa a proposta com valor mais baixo, o que fez, sendo-lhe adjudicados os contratos”.

O Ministério Público indiciou ainda a entrega de pelo menos €500, por parte do sócio-gerente à técnica superior, referente a este acordo.

No despacho de acusação, o Ministério Público, além da condenação criminal, pede que o sócio-gerente e a empresa sejam condenados a pagar ao Estado o valor de €54 206, e à técnica superior, o valor de €500, a título de vantagem patrimonial que tiveram com a infração praticada.

O caso foi conhecido, em novembro de 2022, quando inspetores da Polícia Judiciária de Vila Real efetuaram buscas que levaram à detenção dos arguidos, agora acusados.

Desde então, a técnica superior da AMTQT ficou a aguardar o desenrolar do processo, com termo de identidade e residência, ficando suspensa de exercer funções e impedida de contactar com os restantes dois arguidos, também detidos.

Apesar de já ser conhecida a acusação, ainda não foi divulgada a data do início do julgamento.

Escrito por Terra Quente (CIR)