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Nova geração de empresários “está mais bem preparada para aproveitar os bons momentos do ciclo económico”

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Qua, 17/05/2023 - 07:49


Aceder aos Fundos Europeus do Plano de Recuperação e Resiliência parece ser mais fácil para umas empresas do que para outras

Ainda assim, o economista Bruno Fernandes, do Santander Portugal, põe de parte essa ideia.

À margem da conferência “A Importância dos Fundos Europeus para Empresas mais Sustentáveis”, em Bragança, o economista explicou que há empresas que não têm equipas que dominem estes processos e, por isso, desde que peçam ajuda para construir candidaturas, à partida, terão sucesso. “As grandes empresas têm capacidade de ter equipas especializadas e que dominam, do ponto de vista fiscal, jurídico e financeiro, o que é que é necessário fazer para conseguir operacionalizar uma candidatura para que seja elegível aos fundos. Muitas vezes esse know how não está nas pequenas e médias empresas porque têm um número restrito de trabalhadores. Podem até ter uma gestão especializada, mas, muitas vezes, como é um conhecimento muito específico, é necessário que existam empresas de consultoria que têm a capacidade e conhecimento para que estas empresas possam aceder a estes fundos com sucesso”.

O economista diz que vale sempre a pena investir no processo de pedir ajuda pois os retornos podem ser muito grandes. “O investimento é a primeira alavanca da transformação de qualquer empresa. Portanto, só investindo e acreditando é que se vai conseguir mudar alguma coisa. Ficar à espera que as coisas aconteçam nunca leva a bom porto. Dar o passo que nos obriga a arriscar traz sempre aquela dúvida existencial mas, efectivamente, a realidade tem demonstrado que as empresas que investem na sua transformação industrial e na forma como conseguem diferenciar os seus produtos são as que vingam mais tarde, são as mais resilientes em momentos piores do ciclo económico, mas quando ele está numa fase ascendente são as que conseguem aproveitar melhor a onda de crescimento”.

Os Fundos Europeus do Plano de Recuperação e Resiliência estão desenhados para que a tipologia de empresas que há nesta região a eles tenham acesso. Bruno Fernandes considera que não são desenhados apenas para um número restrito de empresas, como várias vezes pode parecer. “Esse mindset está a mudar. Um bocadinho à linha daquilo que tem sido a evolução da economia portuguesa, nos últimos anos, e a capacidade de exportação, que mais do que duplicou, eu acho que o caminho está lá”.

Declarações de Bruno Fernandes, à margem da conferência “A Importância dos Fundos Europeus para Empresas mais Sustentáveis”, que aconteceu na semana passada, no IPB.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves