Plano Hídrico de Trás-os-Montes e Alto Douro já está a ser elaborado mas pode demorar

PUB.

Ter, 16/05/2023 - 11:57


Autarcas e governantes reuniram ontem em Alfândega da Fé para começar a elaborar o Plano Hídrico de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas a concretização pode demorar

O objectivo é criar regadio, charcas, mas também medidas de uso eficiente da água. O secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, realçou que para já não há problemas de abastecimento de água na região.

“Nós não temos nenhum problema de abastecimento de água este ano em Trás-os-Montes. É verdade que Abril foi um dos meses mais quentes de sempre, mas este ano, em princípio, não há nenhum problema de abastecimento de água, estamos é a trabalhar para o futuro”, disse.

Os agricultores da região já se queixam da seca e pedem apoios. O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, disse estar acompanhar a situação e que são precisos dois meses de seca contínua para que sejam atribuídas ajudas.

“É uma norma Europeia que nós temos que dar cumprimento, se fosse apenas um critério nacional podíamos tentar fazer um esforço para fazer a pronúncia mais cedo, sendo um decreto europeu temos que fazer este compasso de espera e assim que for possível faremos a declaração de seca mais a Norte”, explicou.

Jorge Fidalgo, presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, que abrange nove concelhos do distrito, pede mais celeridade nos processos de regadio.

“Infelizmente as coisas demoram imenso tempo. O regadio que quero implementar no meu concelho, que está agora em fase de estudo de impacte ambiental, foi pensado há 15 anos, ou porque não há financiamento, ou porque o licenciamento é difícil e o que apelamos hoje ao Governo é que haja mecanismos mais ágeis de poder licenciar estes investimentos para que eles possam estar à disposição as populações o mais rapidamente possível. Perante um problema grave e agudo temos que responder imediatamente e não esperar tempos e tempos porque as pessoas desacreditam”, afirmou.

Já o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, frisou que este ano a situação não é tão grave como o ano passado.

“Este ano estamos muito melhor que o ano passado. O ano passado estávamos aflitos. Tínhamos barragens que asseguravam apenas dois ou três meses de abastecimento público, o caso de Fontelonga, Sambade, e Vila Chã, e este ano estamos claramente melhor. As chuvas de Dezembro e Janeiro deram maior tranquilidade a esta região”, referiu.

Uma das medidas da APA de mitigação dos efeitos da seca é a entrega da camiões-cisterna aos municípios para ajudar no abastecimento das aldeias. Ontem, o município de Alfândega da Fé já atribuiu a viatura aos Bombeiros Voluntários da vila.  

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais