Qui, 12/01/2023 - 09:23
É este o entendimento da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes sobre o que se prevê no Plano Ferroviário Nacional.
Apesar de o documento prever a ligação ferroviária a Bragança, não foi e devia ser contemplada a agregação da Terra de Miranda, o que iria permitir até não se passar pelo Parque Natural de Montesinho e pela Serra da Culebra, e reduzir o tempo de viagem para Madrid em cerca de 15 minutos, estabelecendo a ligação entre o Porto e Madrid em 2h45m. A proposta também não contempla a alta velocidade, a ligação ao AVE, em Zamora, não favorece a zona sul do distrito nem há calendarização.
Os 9 autarcas da comunidade pedem assim que esta ligação esta assuma o perfil de alta velocidade, com ligação a Espanha e que passe a ser o corredor ferroviário internacional do Norte, que o plano prevê para Aveiro – Viseu – Salamanca.
Jorge Fidalgo, presidente da comunidade intermunicipal, diz que é altura de dar centralidade ao território.
“Se queremos falar de coesão temos que passar das palavras à acção. Esta é uma obra nacional, não é uma infra-estrutura que sirva apenas a nossa região, serve o Norte do país todo em especial, não faz sentido não acreditarmos que o Governo não seja sensível a este estudo e a esta nossa reivindicação”, afirmou.
A comunidade apoia um estudo apresentado pela Associação Vale d’Ouro, em 2021, que acaba de ser actualizado e que prevê a alta velocidade, a integração de Miranda, a ligação ao AVE, entre outros. A proposta da CIM e da associação vai ser apresentada ao Governo.
O novo corredor ferroviário para o Norte de Portugal, entre Porto, Amarante, Vila Real, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança deve ter continuidade para Espanha, por Terras de Miranda, permitindo viajar entre o Porto e Madrid em 2h45m. Uma solução que deve passar por aqui.
“O país já decidiu há alguns anos que íamos fazer um corredor ferroviário, a conclusão a que chegámos foi que essa solução tem que ser feita a Norte. O grosso do tecido empresarial situa-se a Norte do rio Douro. Temos também uma zona de grande pujança económica que é a zona litoral do Porto, por isso faz todo o sentido que uma ligação ferroviária possa sair do epicentro dessa zona, que ainda por cima tem o Porto de Leixões logo ao lado. Estes são alguns dos indicadores que nos permitem concluir que esta ligação será melhor. E com esta solução estamos a 40Km da fronteira até à rede convencional e de Alta Velocidade espanhola”, explicou Luís Almeida, presidente da associação.
Esta solução deve custar sensivelmente o mesmo que aquilo que o Governo apresentou como proposta.
O Plano Ferroviário Nacional encontra-se em discussão pública até ao final de Fevereiro e a CIM irá apresentar esta alternativa, apontando que tecnicamente é melhor e até é mais favorável do ponto de vista de impactos ambientais.
Escrito por Brigantia