Qui, 30/08/2012 - 11:17
Têm sido três meses a tapar buracos. Desde que tomou posse, a nova direcção do Mirandela, presidida por João Maria Santos, não param de aparecer surpresas com credores a baterem a porta. Dos cerca de 25 mil euros de dívidas apresentadas no relatório de contas pela anterior direcção, já vai em mais de 60 mil e ainda sem contar com o que poderá resultar de uma recente auditoria efectuada pelos inspectores da segurança social. O vice-presidente, António Lemos, entende que houve má fé da anterior direcção até porque, acrescenta, algumas dívidas poderiam ter sido evitadas ou negociadas:
“Tenho dois patrocínios que arranjei e que já estão penhorados pelo Tribunal de Trabalho. Há aqui coisas que os sócios devem saber agora. Estão a aparecer situações que podiam ter sido resolvidas ou pelo menos negociadas”.
O vice-presidente do Mirandela dá como exemplo de dívidas inesperadas, todas as taxas de jogo relativas ao ano transacto, cujo valor é de cerca de 13 mil euros:
“Estamos a falar de quase 13 mil euros de taxas de jogo que vão ter que ser pagas”.
Mediante este cenário, António Lemos entende que é preciso inverter esta falta de rigor na gestão do clube e classifica este novo ciclo como o ano zero do Mirandela, alegando que o clube tem de viver na realidade:
“Vai ser o primeiro ano em que o Mirandela vai ter que viver sem aquilo a que estava habituado que era um subsídio camarário mais ou menos compatível com as despesas mensais do clube. O Mirandela vai ter que viver na realidade para não chegar ao ponto que chegaram clube como o Macedo ou o Estrela de Vendas Novas. É o ano zero porque esta direcção vai ter que trabalhar bastante”.
Para tal, o vice-presidente do SCM entende que será fundamental o papel dos sócios. Também aqui a realidade tem sido distorcida, porque dos 1100 sócios, menos de trinta por cento é que pagam quotas.
Um clube responsável e com rigor orçamental falando verdade aos sócios é o que pretende a nova direcção do Mirandela nos próximos três anos.
Escrito por Terra Quente (CIR)