Seg, 01/08/2011 - 09:21
“No próximo ano queremos fazer uma coisa mais mecânica para haver um bocadinho de evolução e também porque já não se usam pois desde que apareceram as debulhadoras as fazer as ceifas nas terras, a malhadeira desapareceu das aldeias e esta é também uma forma de recordar” explica Raul Tomé, da Associação Recreativa e Ambiental de Palácios, acrescentando que “a máquina vai ser adquirida e depois fica aqui guardada”.Os habitantes da aldeia recordam os tempos em que tudo era feito à mão. “Antigamente era mais trabalho porque fazia-se tudo à mão, agora já não é nada disto, é com máquinas” refere Adérito Alves. “Agora já há poucas mulheres que ceifem e os homens também têm mais força e roubam-nos os lugares” afirma Anilda Freitas, envergando uma foice “que agora só tem uso uma vez por ano e que é agora”.Quem não segava há quase 40 anos era Antónia Fernandes que este sábado voltou a pegar na foice.“Estava com vontade de experimentar pois é bom a gente recordar os tempos antigos para não se perderem estas tradições” refere.Quem também esteve a participar nesta segada foi o Grupo de Teatro do Bolhão do Porto que está a organizar um espectáculo de dança sobre a obra de Graça Morais.“Ela tem muito presente a ligação à terra e por isso viemos ver como é que ser fazia a segada para nos podermos aproximar desse trabalho” refere Joana Providência, coreógrafa do grupo de teatro, acrescentando que “depois vamos fazer um trabalho de improvisação em que a partir do que aqui é feito vamos construir sequências de movimento”.
Este espectáculo tem estreia marcada para 30 de Setembro no Teatro Municipal de Bragança e percorrer várias cidades do país.
Escrito por Brigantia