Sex, 18/02/2011 - 18:29
“Nós consideramos que esta primeira pedra não deixa de ser um acto simbólico e não o inicio das obras” salienta Manuela Cunha, dos Verdes, acrescentando que “é no fundo uma perpetuação de uma atitude Governo que é dar a barragem do Tua como um facto consumado, de mão dada com a EDP”.
“É assim, o Governo quer e vai fazer” ironiza, mas alerta para o facto de estar “uma providência cautelar em tribunal que ainda não tomou uma decisão”.
A dirigente acrescenta que a barragem do Tua vai pôr em causa a navegabilidade do Douro.
“O Instituto Portuário, que vigia a navegabilidade do Douro emitiu um parecer que durante muito tempo foi escondido e diz claramente que a barragem do Tua juntamente com a da Valeira vai impedir a navegabilidade do Douro daquela zona para cima” denuncia, acrescentando que “para que a navegabilidade fosse possível e em segurança era preciso um conjunto de obras e mesmo assim o instituto põe duvidas por causa de um certo tipo de condições de funcionamento da barragem que alteram muito o canal”.
O Partido Ecologista critica ainda os autarcas dos concelhos abrangidos pela barragem por estarem a hipotecar o desenvolvimento da região a troco de “tostões” que ainda não estão garantidos.
“Os autarcas sabem que estar assinado um protocolo a dizer que se faz isto e aquilo não vale de nada neste país porque depois não se cumprem. Por isso nós dizemos que eles estão a mandar foguetes antes da festa” refere Manuela Cunha. “O autarca de Murça sempre foi a favor da barragem porque ainda por cima tem um caso pessoal que pode vir a ser directamente beneficiado por possuir terrenos numa zona” afirma. “Agora o autarca de Mirandela que até aqui tinha mostrado duvidas enterrou o corpo do vale do Tua ainda vivo porque a linha ferroviária ainda tinha todas as possibilidades de ser recuperada mas ele já dá a questão por encerrada” acrescenta.
Os Verdes consideram que a energia que a barragem do Tua vai produzir é pouco significativa e defendem que era preferível apostar no reforço de potência de uma já existente.
Escrito por Brigantia