Autarca de Murçós comprou explosivos a empresário de Alfândega

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Ter, 15/02/2011 - 09:48


O presidente da junta de freguesia de Murçós não sabia que ter explosivos armazenados na sua propriedade era crime. João Fernandes admite que a Polícia Judiciária encontrou no seu armazém na Zona Oficinal de Macedo de Cavaleiros dois ou três quilos de explosivos, no âmbito da investigação Nordeste Explosivo.  

Salvaguarda no entanto que esse material era usado na sua actividade profissional, ligada à construção civil e que tinham sobrado de uma obra.

“Eu estava confiante que os podia ter, mas pelos vistos não, parece que é crime e eu desconhecia” refere, acrescentando que “toda a minha vida fiz obras e ás vezes aparecem uma fragas. Precisei de uns explosivos e gastei, mas sobraram dois ou três quilos” explica. “Eu não tenho nada a ver com armas, nunca as tive na minha vida” garante.

 

O autarca diz que está de consciência tranquila.

“Estou à vontade e de consciência tranquila pois nunca pratiquei crime nenhum” afirma. “A minha vida vai continuar a mesma e não estou preocupado com o que as pessoas dizem. Quem me conhece sabe quem eu sou” acrescenta.

 

João Fernandes conta ainda como é que se viu envolvido nesta investigação

“Eu só caí nisto porque telefonei ao senhor Pinheiro para me arranjar meia dúzia de quilos de explosivos” explica.

 

Jorge Pinheiro é o nome do homem que é considerado o cabecilha desta alegada rede.

É o único dos onze elementos detidos pela Polícia Judiciária que ficou em prisão preventiva.

É empresário no ramo da construção civil sedeado em Alfândega da Fé, com a empresa “Construções Pinheiro”.

Vive numa vivenda na EN315, à entrada da vila e nas proximidades há também um armazém usado pela empresa para guardar explosivos, já que os muros estão sinalizados com duas placas amarelas e a inscrição “perigo de explosão”.

Escrito por CIR