CHNE tem especialista em reumatologia pela primeira vez e tratar doentes mal diagnosticados

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Qui, 23/12/2010 - 12:26


O Centro Hospitalar do Nordeste é um dos poucos a nível nacional que já tem um especialista em reumatologia. Doenças como artrites ou osteoporose podem agora ser acompanhadas por um especialista, algo que não acontecia até aqui.

Rui Melo diz que, até agora, estes doentes eram acompanhados por médicos de medicina geral mas muitos casos estavam a ser mal tratados.

“Não estavam a ser convenientemente diagnosticadas. Muitos doentes ficavam à espera de obter algum tratamento ou de alguém que os diagnosticasse. Ou tinham de recorrer a hospitais distantes, nomeadamente ao Porto, gastando tempo e dinheiro”, diz Rui Melo, explicando que a “medicina geral e familiar está apta para fazer o diagnóstico. Muitas vezes fá-lo mas não está à vontade para tratar convenientemente nem manipular determinados fármacos específicos”.

As patologias reumáticas são a terceira maior causa de procura dos serviços de saúde em todo o Mundo.

Mas em Portugal existem apenas 130 médicos especialistas.

Pela primeira vez, o distrito de Bragança está servido por um.

O objectivo é chegar às 1200 consultas por ano.

“A osteoporose não diagnosticada e que pode ser tratada atempadamente, a osteoartrose, que leva à dor crónica e à perda de qualidade de vida, sobretudo em pessoas idosas que deixam de conseguir tratar da sua higiene e das tarefas em casa e no quintal. E o envelhecimento altera a imunidade, onde há o aparecimento de patologias inflamatórias. A artrite reumatóide tem picos após a adolescência ou após os 60 anos. As pessoas poderiam ser facilmente tratadas.”

Rui Melo aponta várias vantagens em acompanhar pacientes com doenças reumáticas que podem, inclusivamente, levar à morte.

“A consulta é um ponto de início porque há patologias que têm de ser encaminhados para a cirurgia, nomeadamente com próteses na anca, no joelho. Até a osteoporose, que é uma patologia que implica perda de massa óssea e leva a fracturas. Tratadas a tempo pode prevenir-se o risco, que leva o doente, muitas vezes, à morte em curto espaço de tempo. Além da redução do consumo prolongado de medicamentos”, adianta o médico.

As consultas são às quintas e sextas-feiras e podem ser marcadas no Centro Hospitalar do Nordeste ou pedidas ao próprio médico de família, nos centros de saúde.

Rui Melo explica que as doenças reumáticas e inflamatórias são as que mais se encontram na região.

“É o que leva à cronicidade, perde de qualidade de vida, de dias de trabalho. Nomeadamente a artrite reumatóide, a artrite psoriática, espondilite, a própria artroartrose, que causa dor crónica, incapacita e leva a períodos prolongados de baixa e reformas por incapacidade mas que podem ser tratadas e que o doente pode ter qualidade de vida e voltar a trabalhar e ter vida familiar em condições”, conclui.

Este mês termina a “Década do Osso e Articulação” – decretada pela Organização Mundial de Saúde e pela ONU, com o intuito de promover o acesso a cuidados de saúde nesta área, bem como a realização de novos programas de investigação.

O CHNE cumpre assim um dos objectivos e é um dos poucos centros hospitalares a fazê-lo a nível nacional.

Escrito por Brigantia