Qua, 29/09/2010 - 09:12
“Neste momento a população de lobos no nosso país está estável e nós estamos a trabalhar para que pelo menos não decresça pois na Espanha e em outros locais do mundo está a expandir-se” afirma Francisco Fonseca.
Para o efeito têm contribuído os projectos desenvolvidos pelo Grupo Lobo na área da investigação científica, bem como trabalhos de divulgação ambiental.
Graças ao Prémio BES Biodiversidade ganho este ano, pode dar continuidade ao projecto de conservação do lobo ibérico através da distribuição de cães de gado pelos pastores.
“Temos uma lista de espera para cedermos cães. Se tivéssemos capacidade financeira esses pedidos seriam respondidos rapidamente. Até agora já cedemos mais de 200 cães” adianta.
Até agora foram entregues cerca de 220 cães a 150 donos de rebanhos de ovelhas e cabras.
O responsável do Grupo Lobo admite ainda que as mentalidades estão, aos poucos, a mudar, mas ainda há muitas barreiras:
“Ainda há muita pessoas que desconhece o verdadeiros lobo, mas com o nosso trabalhão já conseguimos que esse número de pessoas tenha diminuído substancialmente. Hoje em dia já toda a gente sabe que é um animal que está protegido por lei” afirma.
Apesar da ameaça dos que vêem no lobo um animal nefasto, há outras que têm vindo a despontar nos últimos anos:
“Hoje em dia há um mau ordenamento do território que é um grande problema para o lobo. Vamos ver como é que ele vai reagir às grandes alterações que estão a ocorrer na paisagem como é o caso de barragens, estradas, parques eólicos” explica.
Em toda a Península Ibérica estima-se que existam entre 2500 e 3000 lobos, 300 dos quais em Portugal.
Esta espécie protegida vive essencialmente no Norte do país, acima do rio Douro, distribuindo-se pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelos Parques Naturais do Alvão e Montesinho, bem como pelas Serras do Marão, Nogueira e Bornes, e ainda no Planalto Mirandês.
Escrito por CIR