Seg, 20/09/2010 - 09:21
Uma disparidade que quem vive em Freixo de Espada à Cinta diz não sentir, apesar de todos concordarem que se ganha pouco.
Um exemplo é Olga Gonçalves.
Trabalha numa residencial e ganha pouco mais que o salário mínimo.
No entanto, acha que o facto de quase toda a gente ainda cultivar terrenos agrícolas ajuda a compensar.
“Eu tenho a ideia que em Freixo até se tem um bom nível de vida. Eu já vivi em Foz Côa e noto que aqui as pessoas vivem melhor pois há os pais e os sogros que ajudam muito com as coisas da agricultura enquanto que as pessoas na cidade têm de comprar tudo” afirma Olga Gonçalves.
Tiago Madeira, 23 anos, tem contrato na Função Pública e ganha o ordenado mínimo.
Apesar disso prefere manter-se em Freixo do que ir procurar melhor vida para outro lado.
“Ganha-se pouco mas em principio quero manter-me aqui apesar de as hipóteses serem poucas” refere.
Outra moradora, Ana Sapage destaca também o aspecto solidário da população.
“O nosso serviço é mal pago, isso é verdade, mas aqui também ninguém passa fome porque há sempre alguém que dê alguma coisa” garante.
E é por tanta gente viver do trabalho agrícola, muitas das vezes não declarado, que o presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, José Santos, estranha os números do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, que dão o seu concelho como aquele onde se ganha menos no país.
“O grande problema é que a maior parte das pessoas trabalha na agricultura e por vezes muitas das remunerações nem são conhecidas. Há pessoas que vão à jeira e não fazem descontos” refere, acrescentando “não sei como é que fizeram essa avaliação. Se dividiram o que está declarado pelo número de habitantes, possivelmente dá um número mais baixo”.
Refira-se ainda que, em Freixo de Espada à Cinta, a Câmara, a Misericórdia, Adega Cooperativa, mais um empreiteiro e uma empresa de transportes empregam cerca de 500 dos 4000 habitantes.
Escrito por CIR