Sex, 17/09/2010 - 09:14
Este parece ser o lema de quem ensina e de quem quer aprender o Mirandês, tornando-se um valor patrimonial que se transmite aos mais novos na escola.
No agrupamento de Miranda, os alunos explicam porque é que escolheram esta disciplina.
“Gosto porque é a língua aqui da nossa terra” refere Diogo Santos.
Já Tiago Rodrigues diz que “é uma língua tradicional e gosto de falar mirandês em casa” tal como Eduardo Sebastião pois “ás vazes falo assim com os meus amigos”.
“É uma língua que se fala muito especialmente as pessoas idosas e eu falo muito com a minha avó” afirma Beatriz Pimentel.
A disciplina de Mirandês é leccionada desde o primeiro ciclo até ao secundário, e segundo o professor é vista como uma língua que concede estatuto e prestígio.
“Tem-se verificado um aumento gradual e isso é benéfico” considera, acrescentando que “o número de turmas aumentou e também o número de alunos por turma”. Para Domingos Raposo, “isso prova que muitos mirandeses perderam a inibição que tinham e agora pegam-se mais à língua porque depois da oficialização é vista com algum estatuto e prestígio”.
No entanto, Domingos Raposo salienta que o ensino da língua continua a enfrentar o problema da falta de um manual.
“Essa é uma necessidade premente. Temos de unir esforços e tentar construir manuais para os vários níveis de ensino” refere.
Mesmo sendo uma disciplina opcional, dos cerca de 800 alunos do agrupamento de escolas de Miranda do Douro, mais de 400 frequentam aulas de língua mirandesa.
Em Palaçoulo funciona a única escola de primeiro ciclo no meio rural, mas aqui a disciplina não é ensinada por não haver alunos inscritos.
Escrito por CIR
