Freguesias desesperam com atraso de projecto eólico

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Sex, 25/06/2010 - 10:12


Um atraso que está a adiar o desenvolvimento de muitas aldeias do Parque Natural de Montesinho, que esperam e desesperam pela abertura do concurso de concessão dos parques eólicos. Mais de duas dezenas de presidentes de junta de freguesia e de comissões de baldios juntaram-se ontem num almoço com os responsáveis da empresa que alugou já 14 terrenos na área do Parque em 2007, para um ponto da situação.  

Três anos depois, ainda não há sinais da abertura do concurso por parte do Governo.

“Há uma morosidade muito grande. Devia haver um andamento mais acelerado, penso que isto está a demorar demasiado tempo” considera o presidente da junta de freguesia do Parâmio, José Afonso.

Já o presidente da comissão de baldios do Zeive, Manuel Afonso, diz que há ideias, “mas dinheiro é que não. Vamos esperar que o projecto se realize”, apontando “o apoio à terceira idade” como a principal necessidade.

 

Para já são 14 os terrenos alugados nos concelhos de Bragança e Vinhais, com um rendimento anual de três mil euros.

Dinheiro que, segundo o presidente da junta de freguesia de Babe, ajuda a compor os magros orçamentos das freguesias. “Cada vez há menos dinheiro e devíamos aproveitar a nossa zona para as energias renováveis porque todos podem beneficiar” refere Alberto Pais. Para além da “criação de energia há também o apoio às juntas de freguesia que estão muito limitadas a nível financeiro e só dá, basicamente para a limpeza de valetas e colocação de paralelos”.

 

O director da empresa irlandesa que pretende instalar as torres eólicas na região de Bragança diz que o estudo de impacto ambiental já está concluído e pronto para ser entregue.

Alexandre Carrelhas explica que falta apenas o Governo abrir o concurso público. “O estudo de impacte ambiental está concluído e já é o segundo ano que estamos a fazer medições de vento em nove torres que agora só são sete porque duas caíram com o gelo no Inverno” refere. “Há que continuar a fazer essas medições para saber exactamente a localização das torres eólicas” acrescenta.

 

Por outro lado “estamos à espera da atribuição de potência, ou seja, de ligação à rede”. Este processo só será concretizado “no próximo concurso promovido pelo Governo que está previsto para o final de 2012”.

 

Entretanto, a empresa viu-se envolvida na campanha eleitoral para as autárquicas de Vinhais e decidiu afastar-se daquela região, mantendo apenas o contrato realizado em Mofreita.

O projecto foi, também redimensionado.

Numa primeira fase prevê-se a instalação de 42 torres de um total de 150.

A potência foi reduzida de 600 para 300 megawatts.

Mesmo assim, uma capacidade suficiente para 50 mil habitações.

A partir de 2013 espera a instalação no terreno das primeiras torres.

Para 2014 está prevista a criação do tão ansiado ponto de ligação à rede, que vai permitir inserir a electricidade produzida na rede eléctrica do dia-a-dia.

Esta estrutura ficará instalada em Macedo de Cavaleiros.

Escrito por Brigantia