Qua, 23/06/2010 - 09:16
A resolução do conselho de Ministros de 14 de Junho prevê a extinção, até ao início do ano lectivo 2010/2011, os agrupamentos de escolas constituídos exclusivamente por estabelecimentos do mesmo nível de ensino, os chamados agrupamentos horizontais de escolas.
No concelho de Mirandela existem dois: a escola secundária de Mirandela e a EB1,2 de Torre de Dona Chama.
As concelhias do PSD e do CDS/PP denunciam que pode estar a ser feita à pressa e sem critério, a criação de um agrupamento único, vertical, abrangendo as escolas em causa, com a constituição de uma comissão instaladora.
António Branco, do PSD e Nuno Sousa, do CDS/PP, estão preocupados e indignados com esta intenção e avisam que, a verificar-se, vai contra a carta educativa de Mirandela, aprovada pelo próprio Ministério da Educação.
“São movimentações pouco coerentes e que demonstra que isto não está ser feito de forma séria” considera António Branco, acrescentando que “ninguém sabe porque é que fica de fora o agrupamento Luciano Cordeiro e parece que está a fazer-se à pressa uma reorganização escolar sem o devido fundamento técnico”.
“Sendo verdade que esta fusão de escolas é para ter início no próximo ano lectivo, preocupa-nos que esta resolução possa ser o primeiro passo para os alunos da Escola da Torre Dona Chama serem transferidos e acabar por encerrar esse estabelecimento de ensino”.
O líder da concelhia do PSD aguarda respostas dos responsáveis porque até agora, diz António Branco, ninguém explica nem esclarece o que quer que seja.
“Nós tentamos obter esclarecimentos sobre a fusão. Aguardamos uma resposta pois para nós é fundamental saber se isso é verdade ou não porque nem os serviços do ministério da educação concretizam se existiu ou não alguma iniciativa” refere.
Já o líder da concelhia do CDS/PP, Nuno Sousa, questiona o próprio presidente da câmara, sobre qual será a proposta a prevalecer no futuro. “Se é esta nova resolução de fusão dos agrupamentos ou se é para se manter a carta educativa” afirma.
O CDS/PP questiona ainda porque razão não foi antes efectuada a fusão entre os agrupamentos da escola secundária e da escola Luciano Cordeiro e criticam a postura do Governo socialista nesta matéria pelo facto de propor estas medidas como meros exercícios de contenção de despesas em recursos humanos e equipamentos, quando, no seu entender, seria prioritário adequar a dimensão e as condições das escolas à promoção do sucesso escolar e ao combate ao abandono.
Sobre esta alegada tentativa de fusão do agrupamento da escola de Torre de Dona Chama com a secundária de Mirandela, o responsável pela Equipa de Apoio às Escolas da Terra Quente diz que se trata de puras especulações.
“Para já não confirmamos nada” refere Manuel Pires, acrescentando que “o reordenamento da rede é para breve e nessa altura vai saber-se, mas não me parece que haja novidades”.
Já o presidente da câmara, José Silvano, vai mais longe e garante que essa fusão não avança, pelo menos no próximo ano lectivo. “Esta ano não vai haver nenhuma fusão, os dois agrupamentos vão continuar a funcionar e a escola secundária que é o sistema que funciona até agora” adianta. “No futuro logo que vê se haverá entendimento entre as partes para outro tipo de reforma” acrescenta.
José Silvano diz também que já está igualmente decidido não vai encerrar nenhuma escola primária no concelho de Mirandela, com menos de 21 alunos, pelo menos até ficar concluído o novo centro escolar. “Não encerra nenhuma escola porque o ministério foi sensível à reivindicação e argumentos da câmara que dizia que não haveria mais junção de escolas até ter o centro escolar a funcionar” refere.
É o resultado da negociação com o Ministério da Educação.
Escrito por CIR