Sex, 07/05/2010 - 10:11
Raul Sousa, coordenador distrital da diabetes do Agrupamento de Centro de Saúde do Nordeste, adianta que a diabetes do tipo II está a aparecer cada vez mais em pessoas jovens.
A culpa é do estilo de vida.
“O nosso estilo de vida, sedentarismo e actos alimentares, tudo isso contribui para desencadeamento da diabetes, nomeadamente de tipo II, onde geneticamente há uma história familiar e os maus hábitos de vida acabam por levar ao aparecimento dos sintomas e depois é preciso compensar, porque não tem cura.”
A diabetes aumenta entre a população jovem e, segundo Raul Sousa, é na família que deve começar a prevenção.
No entanto, há cuidados que devem ser tomados.
“Se o homem é diabético e é a mulher que cozinha, não podemos ter a esposa a fazer uma alimentação para o homem e outra para ela e para os filhos. Isso é um atentado àquele homem”, sublinha. Por isso, a prevenção “começa logo na família”.
Declarações do coordenador da diabetes no distrito de Bragança, à margem das jornadas sobre a doença, que decorrem desde ontem em Carrazeda de Ansiães, organizadas pelo Centro de Saúde local.
O director é o médico Silva Ferreira e considera que o avanço da diabetes em Portugal é preocupante.
Lamenta que as pessoas pensem que só afecta os outros e por isso lembrou alguns números nacionais.
“A morte de mais de quatro mil por anos, a cegueira de mais de cem mil e quase mil amputações. É extremamente grave”, sublinha o médico.
Fátima Travassos, enfermeira-chefe no Centro de Saúde de Mirandela, colabora na organização das jornadas da diabetes em Carrazeda e considera que, apesar de serem dirigidas a profissionais de saúde, contribuem para melhorar os serviços prestados.
“Os profissionais têm de ter esta preocupação de se irem actualizando e melhorar com a prática, especialmente ao nível de cuidados de saúde, para alertarmos a população para os comportamentos de risco.”
As jornadas da diabetes de Carrazeda de Ansiães continuam hoje, com ponto alto às 9H15, altura em que o médico legista Pinto da Costa vai falar de morbilidade e mortalidade na diabetes.
Escrito por CIR