Novo sistema de identificação de ovinos gera polémica

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Sex, 16/04/2010 - 10:59


Está a criar polémica a alteração na identificação de ovelhas e cabras que o Governo introduziu no início do mês. Um deputado do PSD eleito pelo distrito de Bragança, já entregou uma série de perguntas na Assembleia da República sobre este processo.  

Os produtores já começaram a receber cartas a informar que desde 1 de Abril entrou em vigor uma portaria que obriga à identificação dos animais com um chip electrónico, que será introduzido no bucho através de um mecanismo próprio.

Mas Adão Silva quer saber quando vai começar o processo de identificação, quem o vai fazer e, acima de tudo, quanto custa e quem paga.

“Trata-se de uma questão que se reflecte directamente na saúde alimentar dos cidadãos e por isso parece-me que a imputação dos custos não deve ser feita aos produtores, sobretudo os transmontanos porque são os que em média têm mais animais por rebanho” refere o deputado, considerando que essas despesas “devem ser assumidas pelo próprio Estado”.

 

Segundo o deputado do PSD, cada chip poderá vir a custar cinco euros.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística de 2008, em 2005 havia 200 mil animais em Trás-os-Montes, o que significa um custo de um milhão de euros.

Uma despesa que Adão Silva teme venha a ser atribuída aos produtores, quando o que está em causa é a saúde pública. “Como há uma grande dispersão de produtores e que estão alheios ao que se passa nas instituições, o Governo pode cair na tentação de repercutir inteiramente os custos da operação para os produtores” refere.

 

No entanto, o deputado social-democrata até concorda com este novo tipo de registo. “É uma questão de rigor e combate à fraude e certo tipo de comportamentos que são ilegais e atentatórios da saúde pública” como é o caso de “retirar o brinco do animal e mete-lo noutro que muitas vezes pode estar infectado” exemplifica.

 

A Associação de Criadores da Raça Churra Galega Mirandesa, que junta 80 produtores, foi uma das primeiras a adquirir o equipamento.

Francisco Rodrigues, o presidente, revela que os sócios da associação vão ter um desconto.

 

Cada chip foi adquirido por um valor a rondar os 20 euros.

No entanto, e apesar do preço, Francisco Rodrigues defende o novo modelo de identificação, pois traz algumas vantagens.

“O animal fica mais bem identificado e há um controle mais eficaz” considera o responsável.

 

Em Portugal existem cerca de três milhões e meio de cabras e ovelhas, que serão abrangidas por esta medida.

Escrito por Brigantia