Seg, 24/08/2009 - 09:18
A curiosidade é que a grande maioria chega mesmo a pé, principalmente de Macedo, começando a caminhada de cerca de dez quilómetros, bem cedo, mesmo antes do sol nascer.
Ainda não são seis da manhã e já no jardim 1º de Maio, ponto de encontro dos vários peregrinos isolados, que depois seguem em grupo, se vêem chegar os primeiros corajosos de mochilas às costas, que bem perto das oito e meia da manhã devem estar a chegar ao alto do Redondelo, onde está o Santuário do Santo Ambrósio.
Aos que preferem ir pela aldeia de Vale da Porca e acompanhar a procissão que sai da igreja matriz em direcção ao santuário, a chegada está prevista apenas para as dez e meia.
São às centenas, estrada fora, ainda pouca luz, também pouca protecção, uns caminhando pela fé, outros apenas pela vontade de fazer um desporto matinal.
“Aí há oito, ida e volta. Mas é só mesmo pela diversão. Há pessoal que se encontra só neste dia”, diz um peregrino. Outra caminhante diz que vem “desde pequenina”.
Se largas centenas, depois de dez quilómetros a pé e de assistir à missa campal, regressam de boleia, quase sempre combinada no local habitual, há sempre os mais corajosos, que somam mais dez e regressam a Macedo também a pé…
“Já fomos e viemos”, conta um deles, confessando que “é a mulher que vem por promessa” e, por isso, tem de a acompanhar.
Tem mais de um século esta romaria. Os mais antigos lá vão dizendo que antigamente eram mais os que vinham a pé ao Santo Ambrósio e que a romaria está agora mais transformada em feira. Mesmo assim, muitos, talvez milhares, compareceram, com ou sem fé, ontem no Alto do Redondelo.
Escrito por CIR