Hospitais do Nordeste já têm plano para enfrentar a gripe A

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Ter, 04/08/2009 - 08:20


O Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) já tem um plano de contingência para enfrentar a gripe A quando ela chegar ao distrito de Bragança.  

Para além disso, Sampaio da Veiga, o director clínico, revela que também já estão definidos os espaços reservados para internar os doentes com a gripe, caso o número de infectados venha a aumentar rapidamente.

“Temos um plano, temos tudo organizado. Temos espaços já definidos quando chegar a altura de internarmos porque, nesta fase, não vamos internar ninguém”, explica Sampaio da Veiga. “Haverá orientações futuras e nessa altura estaremos preparados para fazer o internamento, se assim se justificar”, sublinha, adiantando que além disso, existe “um plano de organização dos serviços que vai permitir ocupar os espaços de acordo com as necessidades que entretanto surgirem”.

O director clínico do CHNE acredita que, apesar de ainda não ter aparecido nenhum caso em Trás-os-Montes, será inevitável que isso aconteça.

“Gripe houve sempre. Não me preocupa”, garante Adília Prada, que está convencida que “é mais política do que outra coisa”. Já Maria Adelaide Oliveira confessa que se sente mais “preocupada”, até porque nesta altura “vêm muitos emigrantes e há mais movimento”. Mas, ainda assim, não tem tomado “nenhuma precaução espacial”. Apenas “evitar ir para locais movimentados, como discotecas”. Por sua vez, Maria Albertina da Fonte diz que não tem “tomado precauções” nem está “muito preocupada”. “É uma gripe como outra qualquer”, sublinha.

Mais prevenido está José Rocha, de Macedo de Cavaleiros, que chegou recentemente do Canadá. “Tenho feito alguma coisa mas lá não se vê nada disto. Ninguém fala, nem nos noticiários. Só em Portugal é que acontece disto”, refere.

 Às farmácias começam a chegar dúvidas e os primeiros pedidos do medicamento utilizado nestes casos.

Dúvidas “sobre o que hão-de fazer para prevenir e sobre o medicamento, o Tamiflu”, segundo Élia Afonso, da farmácia Margarida Machado. Neste estabelecimento, o medicamento está mesmo esgotado. “Vendemos cerca de dez ou 15 caixas. Não vendemos mais porque esgotou. Os médicos receitam para as pessoas terem uma reserva em casa”, explica.

Já na farmácia Mariano, ainda não apareceram utentes a pedir o medicamento. “Só podemos vender o Tamiflu com prescrição médica e, até agora, ainda não apareceu ninguém” com receita, segundo explica Ana Pereira. Por outro lado, tem aparecido muita gente a tirar dúvidas. “Muitas vão viajar e perguntam-nos as precauções a tomar”, revela.

Já na farmácia Confiança, Rui Fernandes garante que tem “tirado algumas dúvidas”. “Perguntam-me principalmente se já há alguma coisa para a gripe e para quando está disponível a vacina”, conclui.

Os alertas sobre as medidas de precaução surgem de todos os lados.

A Associação Nacional de Freguesias lançou um alerta por causa das festas e romarias que por esta altura se multiplicam.

A ANAFRE insiste na lavagem das mãos.

Já a associação de hotelaria e restauração lançou o primeiro guia que ensina os estabelecimentos a evitar o contágio da gripe A, aconselhando, por exemplo, os empregados a substituir o tradicional aperto de mão aos clientes por uma vénia.

No hospital de Bragança, as Urgências já estão preparadas para receber doentes infectados.

Mas a directora do serviço, Eugénia Madureira, faz um apelo à população.

“Na entrada do serviço de Urgência temos um local já com máscaras e a solução alcoólica desinfectante. Se uma pessoa que tenha queixas, com tosse, espirros e dores no corpo, tem logo um local com máscaras que deve pôr, para evitar infectar os que estão à sua volta.”

Até ao momento ainda não detectado nenhum caso de gripe A no distrito de Bragança.

Mas o CHNE já tem um plano de resposta à crise preparado.

Escrito por Brigantia