Tempos de espera para cirurgia diminuíram no CHNE e os partos aumentaram

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Qua, 29/07/2009 - 10:01


Três anos depois de entrar em funções, a administração do Centro Hospitalar do Nordeste faz um balanço ”positivo” do seu mandato, reconhecendo, contudo, que muito há ainda a melhorar. Para já, o presidente do conselho de administração, Henrique Capelas, destaca uma redução dos custos em 2,5 por cento e uma diminuição dos tempos de espera para cirurgia de cerca de 30 por cento.

“De há três anos a esta parte tínhamos aqui especialidades, como a ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia, que tinham tempos de espera médios de sete ou oito meses. Mas com a reestruturação dos serviços conseguimos gerir melhor os poucos recursos que temos”, diz.

 

As obras de remodelação nas três unidades do CHNE são apontadas como uma das bandeiras desta administração. No total, foram investidos 22 milhões de euros para recuperar edifícios em Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

 

“O hospital de Bragança não tinha obras há mais de 30 anos. Estes 22 milhões não foram gastos só em Bragança. Nesta unidade foram 11 milhões. Mas conseguimos dotar o hospital daquilo que é necessário para prestar um melhor serviço à população, nomeadamente com o novo edifício da consulta externa – que toda a gente sabia que existia em todos os pisos do hospital e era aquela mistura entre doentes e visitas – com o edifício da nova urgência e a requalificação de todos os pisos.”

 Em Bragança as obras ainda decorrem e o próximo serviço a ficar pronto deverá ser o de pediatria, dentro de um mês.

Apesar dos transtornos aos doentes, Henrique Capelas garante que não haverá contactos entre operários e doentes.

 

Por outro lado, destaca a dificuldade em trazer médicos para o interior do país como uma das maiores dificuldades desta administração, apesar dos 11 que foram contratados.

 “Isto é um problema que é transversal a outras posições. O Interior começa a ficar muito desertificado e as profissões muito qualificadas continuam a fugir para o litoral. Um dos problemas que temos é atrair profissionais para o nosso Centro Hospitalar. Temos estado a fazê-lo com acordos, protocolos com as universidades, tentar atraí-los cá na altura em que ainda são alunos”, explicou.

Uma das áreas onde mais se nota essa dificuldade é, segundo Henrique Capelas, na imagiologia, o que obriga a recorrer a serviços privados.

 

“É um problema que não é exclusivo do hospital de Bragança ou do Centro Hospitalar do Nordeste. Passa pela grande falta de médicos. A questão não é só fazer o exame, tirar a “fotografiazinha” lá no aparelho. É preciso fazer relatórios e têm de ser os médicos a fazê-lo. E aí temos de recorrer ao exterior”, explicou, garantindo que ainda “não foi possível contratar médicos” dessa especialidade. “Obviamente que se os tivéssemos cá não estávamos a mandar fazer exames no exterior”, concluiu.

 

Nota ainda para a retoma do número de partos verificada em 2008, com um aumento de 8,5 por cento, depois de uma quebra no ano anterior devido à reacção adversa ao encerramento da maternidade de Mirandela.

 Nesta altura, segundo a administração, “existe um défice de apenas 6,6 por cento relativamente à situação de manutenção de duas maternidades”. Escrito por Brigantia