Qui, 02/07/2009 - 09:23
Os agentes, vestidos de camisa preta, em sinal de luto, recusaram-se a prestar declarações, por receio de represálias e eventuais processos disciplinares.
Mas num documento, a que a tivemos acesso, são relatadas várias situações que o efectivo considera incompreensíveis.
Por exemplo, durante as nevadas do Inverno quem comandava o trânsito eram grupos como o SEPNA ou os GIPS.
Algo que para a Unidade de Trânsito não funcionava, uma vez que as redes de rádio são diferentes.
Por outro lado, o comando terá determinado que as escoltas e acompanhamentos a veículos de grandes dimensões sejam feitos de carro, dado o elevado custo dos pneus dos motociclos.
No entanto, os agentes entendem que existe um grande desconhecimento deste tipo de serviço, pois devido à elevada mobilidade dos motociclos, estes são os veículos de eleição para uma polícia de trânsito.
Ainda no que diz respeito a acompanhamentos de transportes especiais, é relatado um caso em que uma patrulha de Bragança, com duas viaturas, se deslocou à fronteira de Vila Verde da Raia, em Chaves, mas no local não se encontrava nenhum transporte para acompanhar.
Depois de contactada a empresa em causa, os agentes foram informados que não tinha sido requisitado qualquer apoio para aquele dia.
Mais tarde concluiu-se que este desentendimento terá sido causado por um erro do comando.
O que é certo é que os dois carros percorrem 260 quilómetros, em vão.
Por outro lado, os pneus adquiridos para as viaturas da antiga BT são de qualidade inferior aos que antes eram usados, tudo numa lógica de poupança.
A mesma que levou ainda à recuperação de uma viatura com mais de 300 mil quilómetros, mantida em funcionamento com peças de veículos antigos.
Aliás, dos 14 carros que fazem parte do destacamento de Bragança, 11 já têm mais de 300 mil quilómetros e os chumbos nas inspecções periódicas aumentaram significativamente nos últimos meses.
Mas também nas multas tem havido contestação. Nos primeiros seis meses de 2009 houve um decréscimo de quase 75 % nos autos de contra-ordenação, face ao mesmo período do ano passado.
Dados a que tivemos teve acesso revelam que nos primeiros seis meses de 2008 houve 4108 autos levantados, um número que caiu para os 1049 este ano.
Esta situação ficará a dever-se “à má gestão de meios”, uma vez que os radares são agora colocados em locais “pouco adequados ao controlo de velocidade”.
Também a alteração dos horários das patrulhas são apontados como uma das causas, uma vez que agora têm sido privilegiados horários com menor intensidade de tráfego, bem como à "desmotivação" dos agentes.
A extinção da antiga Brigada de Trânsito continua a causar protestos entre os agentes da GNR.
Para tentar sensibilizar o Governo para a resolução destes problemas, já está agendada para o dia 27, a discussão de uma petição contra esta medida.
Escrito por Brigantia