Sex, 30/01/2009 - 10:23
Nas cidades de Bragança e Mirandela o número de casos de violência doméstica denunciados às autoridades têm estado a diminuir nos últimos dois anos.
No entanto, esta tendência não está a ser acompanhada no resto do distrito.
Os dados foram revelados ontem durante um seminário sobre o tema organizado pelo Centro de Saúde de Bragança.
Entre 2007 e 2008, a PSP de Bragança registou menos 10% de queixas, como adianta Amândio Correia, o comandante. “ Em 2001 tínhamos 81 casos e em 2008 houve 123”, indica. “Entre 2007 e 2008 tivemos uma diminuição de 10% enquanto que de 2002 a 2006 tinha havido um aumento permanente”, nota ainda.
Já a GNR registou um aumento de 7,5% no último ano como avança o Major Sá Pires da GNR de Bragança. “Registamos em 2008 156 casos, ou seja, um aumento de 7,5% quanto a 2007”, revela. “Entre 2006 e 2007 temos uma diferença de 3 casos, o que não é significativo e tivemos um aumento de cerca de 20% entre o ano 2005 e 2006”, acrescenta.
Teresa Fernandes, responsável pelo Núcleo de Atendimento às Vitimas de Violência Domestica do Distrito de Bragança, criado pelo Governo Civil, refere que também foi registado um aumento de casos denunciados no último ano. “Houve um aumento substancial tanto nas participações que foram feitas às forças de segurança, como quanto aos atendimentos que foram feitos no núcleo”, garante. “Há um aumento de 27% que resulta das alterações que foram feitas ao código do processo penal quando transformaram o crime de violência doméstica num crime público”, explica Tersa Fernandes.
Para dar mais apoio às vítimas, a sub-região de saúde de Bragança já tem a funcionar os Núcleos de Prevenção da Violência Domestica em todos os centros de saúde do distrito.
Berta Nunes, a coordenadora, entende que esta é uma ajuda de proximidade. “O facto de existir este serviço que dá uma resposta de proximidade, que é diferente da resposta das polícias e tribunais faz com que as pessoas nos comecem a procurar cada vez mais”, adianta Berta Nunes.
Para as vítimas que precisam de ser afastadas do agressor existe no distrito de Bragança uma casa-abrigo, a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Bragança.
Está a funcionar desde 2002 e já acolheu 72 pessoas, duas das quais idosas que depois foram encaminhados para familiares menos directos. “Já recebemos dois idosos violentados pela família, mas depois a resposta passa pelo acolhimento na família alargada”, dá a conhecer. No entanto, Ana Maria Pires, directora-técnica da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, diz que a maioria dos casos é de mulheres vítimas de violência.
A casa-abrigo tem capacidade para acolher cinco pessoas onde podem permanecer durante seis meses.
Escrito por Brigantia