Qua, 03/12/2008 - 12:08
Esta manhã, à chegada às escolas muitos pais manifestaram-se surpreendidos com a ausência de professores.
Na Escola EB1 do Toural, Francisco Lopes lamentava ter que faltar ao trabalho hoje por “não ter onde deixar” o filho. Um outro encarregado de educação procurou outras alternativas. “Vou pedir a alguém para ficar com a minha filha porque é dia de trabalho”. O pai lamentava ainda a falta de aviso e dividia-se quanto aos motivos desta greve. “Por um lado entendo e por outro não, mas os professores é que sabem e têm de lutar pela carreira deles”, atirou.
Ainda na escola do Toural, Sónia Mofeita confessou estar a par da greve “mas ninguém tinha avisado que os professores iam mesmo aderir”. A encarregada de educação optou por levar a filha para o seu local de trabalho. “Por um lado compreendo porque as coisas estão complicadas para o lado deles, mas podiam ter avisado mais cedo para podermos organizar a nossa vida”, refere ainda.
Alguns dos pais surpreendidos pela greve, também eles eram professores.
Catarina Santos esclarece que é professora e que também está a faltar, entendendo por isso “ que é natural que os meus colegas do 1º ciclo também faltem”. Mesmo assim admite que situação cause “algum transtorno para os pais que não têm onde deixar os filhos”. Apesar de dizer “que as crianças não têm culpa”, alega ainda que a greve é necessária para que “a Ministra veja que é preciso mudar alguma coisa”, disse à Brigantia.
Na escola primária do campo redondo, Maria da Conceição Veloso reconheceu que sabia que estava programada a greve, “mas não sabia se aqui iam aderir”. A encarregada de educação, também ela professora em greve, levou de volta o seu filho para casa.
Ainda por Bragança, na escola sede do Agrupamento Augusto Moreno houve 99% de adesão à greve.
Já no Paulo Quintela, em 63 professores apenas seis compareceram ao trabalho.
Nas secundárias, o cenário é semelhante.
Na Abade de Baçal 98% dos professores aderiram à paralisação.
Na Miguel Torga, 95% não deram aulas hoje.
Na Emídio Garcia a adesão fixou-se nos 90%.
Em Miranda do Douro e Sendim, os alunos também foram para casa mais cedo dado que a adesão dos docentes foi quase de 100%.
António Santos do agrupamento vertical de escolas de Miranda avança que “ o pré-escolar e o 1º ciclo estão encerrados porque a adesão foi na ordem dos 100%”. Na escola secundária “só uma turma é que está ater aulas”. Devido à expressividade d greve, o responsável pondera “ encerrar a escola porque não há condições para ter os alunos no polivalente o dia todo se a situação se mantiver”.
Também em Sendim apenas três professores compareceram nas instalações da escola EB2.
No primeiro ciclo a adesão foi mesmo de 100%, o mesmo aconteceu em Palaçoulo.