Boicote às eleições por causa de estrada em mau estado

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Ter, 16/09/2008 - 10:09


Um grupo de cidadãos criou um movimento para exigir a requalificação da EN 308-3 entre Bragança e a aldeia de Dine, no concelho de Vinhais. Ameaçam boicotar os próximos actos eleitorais caso, até lá, a via não seja intervencionada.  

O intitulado “Movimento dos Utentes da Estrada Bragança/Zeive” é constituído por residentes em localidades servidas pela via e pretende assumir-se como um movimento de pressão sobre as entidades competentes de forma a resolver uma situação que consideram já ter ultrapassado os limites.

Queixam-se que a estrada está em péssimo estado de conservação até porque há 34 anos não sofre qualquer melhoria.

 

Por isso, vão agora sensibilizar a população das 11 aldeias afectadas, 9 do concelho de Bragança e duas de Vinhais para que não votem nas eleições de 2009 se a estrada não for arranjada. “Esse é o nosso último recurso porque nós temos esperança que até lá o Estado tenha e mande alterar esta situação mas se não o fizer vamos assumir a defesa do boicote às eleições” garante Carlos Fernandes, um dos impulsionadores do movimento que faz questão de lembrar “se houver um boicote eleitoral numa secção de voto, enquanto não for regularizado o acto eleitoral, os políticos eleitos não podem tomar posse porque a Comissão Nacional de Eleições não pode publicar os resultados oficiais”.

 

O movimento culpa os responsáveis regionais da Estradas de Portugal pelas condições da estrada e não aceita o argumento de que o baixo volume de tráfego não justifica o investimento.

De recordar que já foi realizado um abaixo-assinado naquelas aldeias e enviado ao ministério das obras públicas.

 

A resposta chegou há pouco tempo e diz que há um plano de requalificação, estando a ser elaborado um projecto.

Mas, para o movimento, falta a vontade politica para fazer avançar a obra. “Gostava que fosse por outra razão, mas o distrito de Bragança só tem quatro deputados e estas aldeias só têm cerca de 1500 eleitores e portanto se houver outras razões, não serei quais serão” ironiza.

 

A resposta do ministério dizia ainda que um troço desta estrada, com cerca de 400 metros, e que atravessa a aldeia de Carragosa foi desclassificado pelo ultimo Plano Rodoviário Nacional passando para a alçada da câmara de Bragança.

Carlos Vale, o presidente da junta, ficou surpreendido com a situação. “Pensei que a estrada era toda nacional, mas dizem que já foi desclassificada entre as placas que marcam o início e o fim da aldeia de Carragosa” afirma o autarca. Desta forma Carlos Vale vai agora reivindicar junto da câmara para que pelo menos esse troço seja asfaltado. “Houve aqui obras de saneamento básico e há muitos buracos que queremos tapar” acrescenta.

 

A EN 308-3 é o único acesso a uma via internacional construída pela câmara de Bragança e que custou perto de dois milhões de euros.