Qua, 03/09/2008 - 08:52
O transbordo é feito por um táxi de Vila Boas, mas o facto de só fazer duas viagens diárias, uma de ida, logo de manhã, e outra de volta, ao fim da tarde, não é o que mais convém àquelas populações, que muito frequentemente se deslocam a Mirandela.
Um exemplo é Adelino Trigo, 78 anos, natural da Ribeirinha, mas a residir em Mirandela, que todos os dias ia à terra natal tratar das suas culturas.
Agora, com a limitação das viagens, acaba por passar toda a semana na aldeia. “Todos os dias ía de manhã para baixo e à noite vinha para cima, agora tenho de ficar por aqui” afirma. Além disso, agora “só vou lá ao fim de semana porque se não, não me dá para vir trabalhar e daqui a pouco começam as vindimas” acrescenta Adelino Trigo, considerando que “o metro podia ver pelo menos até Abreiro”.
José Joaquim, 64 anos, morador em Vilarinho das Azenhas, é outro exemplo do jeito que davam as viagens no Metro de Mirandela.
Durante um mês teve a mulher internada no hospital mirandelense e aproveitava a hora da sesta para a ir visitar. “Era mais cómodo ter o comboio” afirma. “Ela agora tem de fazer curativos e vai de manha no táxi e vem embora”. Esta é uma solução que acaba por ficar mais cara. “Há três dias na semana que só paga cinco euros porque leva mais gente, mas nos outros dois dias se for sozinha paga 20 euros e se tivesse o comboio era 1,35 euros” explica José Joaquim.
Pelos menos nestas duas aldeias do concelho de Vila Flor suspira-se pelo regresso das viagens do Metro de Mirandela, pois é o seu principal meio de deslocação, privados que estão de qualquer outro transporte público.