Chouriço Mirandês pode ser vendido na Ásia

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Seg, 30/06/2008 - 08:53


A Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa pode vir a exportar chouriço mirandês para os Emirados Árabes Unidos e para a Arábia Saudita. Há cerca de quatro meses que estão a decorrer as negociações.  

O chouriço mirandês é produzido em Rebordelo, concelho de Vinhais, e é feito à base de vitela mirandesa com uma mistura de porco bísaro.

São produzidas cerca de sete toneladas por ano.

“Temos um contacto para vender chouriço mirandês desde que o façamos só com carne de bovino, pois é um produto inovador porque ninguém faz chouriço de vaca e os árabes não podem comer carne de porco” revela o secretário técnico da associação. “Há fortes potencialidades embora o negócio esteja em fase de estudo por parte do cliente” avança Fernando Sousa. “Não se falou de números mas é capaz de ser muito atraente para nós” refere.

 

A produção deste chouriço pode aumentar para as 40 toneladas por ano com a construção da fábrica de transformação de carne mirandesa que está prevista para Vimioso.

O projecto foi apresentado em 2006 mas continua á espera de financiamento comunitário.

 

Apesar de se enquadrar nas linhas de orientação do PRODER, Programa de Desenvolvimento Rural, Fernando Sousa confessa estar “apreensivo relativamente às possibilidades de financiamento” porque “existem 70 milhões de euros para todo o país e o nosso projecto tem um investimento estimado de dois milhões e meio de euros e como não sei quais são as prioridades relativamente aos regadios e ao sul, não sei o que vai sobrar para Trás-os-Montes “ afirma o secretário técnico.

 

No entanto, o director da Direcção Regional de Agricultura do Norte, diz que há grandes expectativas para a aprovação dessa candidatura, uma vez que aposta da transformação, um dos factores privilegiados pelo PRODER. “Estamos seriamente expectantes em relação a esse projecto já que a mirandesa está a tentar passar para além da produção entrando nos domínios da transformação e comercializar de forma mais vantajosa”.

 

Carlos Guerra, salienta ainda que a aposta na transformação também deve ser feita no sector da castanha, uma vez que das 28 mil toneladas de produção por ano só é transformada cerca de 15%. “Estamos numa fase de negociação com as organizações de produtores para passarem à fase da transformação” para não vender a castanha só em bruto”.

 

O PRODER disponibiliza 70 milhões de euros de ajudas à agricultura para todo o país.

As candidaturas têm de ser apresentadas até 25 de Julho.

Algumas já deram entrada e 50% são da região norte.