Qui, 01/09/2011 - 10:43
António Saraiva, presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto, assume que o actual modelo não serve:
“Queremos transformar o IVDP numa entidade privada de carácter público, para que o ciclo político não interfira nos mandatos. Entendemos que deve ser gerido pelas duas profissões”, explicou.
Entretanto, António Saraiva anunciou também que há empresas disponíveis para pagar mais pelo vinho:
“Por contactos que tenho com algumas empresas, muitas delas já dizer ter garantido o preço do ano passado e se não houver quedas abruptas de vendas estão disponíveis para dar um sinal”, sublinha.
Manuel António Santos, presidente da Casa do Douro, admite que ainda há divergências com a representante do comércio, mas num momento de dificuldades não lhes resta alternativa senão dar as mãos.
E subir os preços do vinho é a única maneira de evitar o que diz ser a bancarrota dos viticultores:
“A produção, e o comércio sabe perfeitamente, que o único argumento que os produtores têm para sair da bancarrota, é obterem da parte dos comerciantes uma atitude consciente, mesmo com sacrifícios. Que todos sejamos capazes de repartir os sacrifícios e nesta vindima que se dê um sinal de que se podem subir os preços. Tem de haver um trabalho de equipa.”
Entretanto, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, voltou a afirmar ontem que o Governo está aberto ao “diálogo sério” para resolver os problemas do Douro.
Em declarações à agência Lusa, à margem de uma visita à Feira da Cebola de Rio Maior, Daniel Campelo afirmou que “o Governo está a fazer todo o esforço para conseguir atender às necessidades e às preocupações dos agricultores do Douro”.
Sobre a manifestação de ontem, que juntou quase um milhar de vitivinicultores em frente à sede do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, na Régua, Daniel Campelo disse que “não se pode pensar que manifestações sem diálogo resolvem o problema”.
Escrito por CIR