Túnel do Marão espera novo financiamento comunitário

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Qua, 28/09/2011 - 11:06


As obras do túnel do Marão estão paradas à espera de novos fundos comunitários. Isso mesmo foi assumido, ontem à noite, pelo secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional.

Almeida Henriques falava numa assembleia distrital do PSD, numa iniciativa levada a cabo em todo o país, que passa por explicar aos militantes social-democratas, as medidas implementadas pelo Governo.

 

Almeida Henriques avisou que todas as obras estão a ser reavaliadas e que já houve ordem para parar empreitadas no valor de mil milhões de euros.

 

“Depois há muitas vezes a perspectiva que já se investiram cem milhões e com mais 200 milhões a obra pode terminar. Mas a verdade é que o país já não tem mais esses 200 milhões para uma determinada obra. Algumas destas obras que estavam em curso têm de ser reprogramadas numa perspectiva de aproveitar os fundos comunitários. Será o que acontecerá ao túnel do Marão. Estará parado mais 60 dias porque estamos a procurar uma solução que passe por um refinanciamento por fundos comunitários.”

 

Nesta altura o Governo aguarda a aprovação da reprogramação técnica do Quadro Estratégico de Referência Nacional, o QREN, que ao longo dos próximos anos ainda pode permitir investir 15 mil milhões de euros e encaixar mais 372 milhões de euros, que poderão ser direccionados às autarquias, que verão obras comparticipadas em 85 por cento.

 

Não se apercebendo da presença da comunicação social, o secretário de Estado desvendou uma outra reprogramação profunda dos fundos comunitários, que está já a ser preparada e passa por redireccionar as verbas do QREN.

 

“Temos de investir o pouco dinheiro que o país tem na economia, por um lado, e por outro em infra-estruturas que possam trazer crescimento. A saída da situação em que o país está passa pela subida das exportações. Temos de fazer saltar de 34 por cento para 50 por cento as exportações. Isso consegue-se com melhor aposta na agricultura, na indústria e no turismo.” 

 

Almeida Henriques considera fundamental apoiar territórios desertificados, pois pequenos investimentos no Interior podem ter grandes impactos na vida das pessoas. Mas deixa um aviso.

 

“Ao nível das infra-estruturas vamos ser muito selectivos. Não vamos poder continuar a financiar obras a 85 por cento que não tenham impacto directo no desenvolvimento económico. Vamos continuar a apostar na requalificação escolar. A requalificação urbana será uma prioridade. Teremos de resolver o problema grave da rede em baixa, do ciclo da água. Não estejam à espera que as poucas verbas disponíveis do QREN sirvam para financiar rotundas ou ciclovias. Isso é que não.”

 

Almeida Henriques falou ainda de uma segunda linha de velocidade alta, que deverá ligar Aveiro a Vilar Formoso, para além da travessia entre Sines e a fronteira do Caia.

Escrito por Brigantia