Sex, 09/05/2008 - 08:22
António Lopes, residente em Sampaio, Vila Flor, era um dos agricultores que ontem, ao fim da tarde, maldizia a trovoada e tentava desafogar as suas culturas numa zona que é conhecida como o Vale do Mouro. “Não me lembro de ter acontecido uma chuvada assim porque foram duas horas seguidas” refere o agricultor. “Agora tenho de trazer um motor para tirar esta água daqui senão as videiras podem secar” acrescenta.
Carlos Abade, outro agricultor de Sampaio, afiançava que os anos bissextos não são de confiança, precisamente porque diz que trazem mais desgraça à agricultura.
Carlos Abade tinha andado a trabalhar nas suas hortas antes da trovoada. “Está tudo inundado, foi um prejuízo enorme porque agora está tudo estragado” afirma.
Por sua vez, Domingos Pires queixava-se que apesar destes prejuízos, os agricultores não esperam vir a ter qualquer ajuda. “Nunca nos deram nada e assim a gente já nem se queixa” diz. “Isto deu cabo de tudo, foi vinhas, tenho cem sacas de batatas semeadas e agora vai apodrecer aí tudo”.
Hoje vai ser um dia de contabilização de prejuízos no Vale da Vilariça, contando que as trovoadas, que continuam previstas para a região, não voltem com a violência de ontem.