Qua, 04/11/2009 - 15:41
O IP2 vai ligar Macedo de Cavaleiros a Celorico da Beira; o IC5 será construído entre o IP4, junto ao Pópulo (Alijó), e Miranda do Douro; e a Auto-estrada Transmontana vai ligar Vila Real a Bragança.
Em todos os casos já há obras no terreno, mas mesmo assim o Tribunal de Contas “recusou o visto às duas concessões”, como confirmou à CIR/Rádio Ansiães uma fonte oficial deste organismo, que acrescentou que “de acordo com a lei, se a Estradas de Portugal avançar rapidamente com o recurso, as obras podem continuar. No entanto, não poderá haver lugar a pagamentos”.
Sobre os motivos da decisão, nada avançou, mas é certo é que vai obrigar à renegociação dos contratos.
A notícia apanhou de surpresa o autarca socialista de Vila Flor, Artur Pimentel, que não se mostrou preocupado:
“Às vezes são coisas de qualquer percurso, acontece nas câmaras e em todo o lado. Mas são problemas que se resolvem. Não considero que seja uma machadada.”
E foi com alguma preocupação que o presidente da Associação dos Utilizadores do IP4, Luís Bastos, soube do chumbo do Tribunal de Contas às concessões do Douro Interior e Auto-estrada Transmontana:
“Vemos com alguma preocupação que a obra possa sofrer mais um atraso. Especialmente num dia a seguir a mais uma morte no IP4. O Estado e o Tribunal de Contas deviam ter em consideração que a perda de vidas humanas sai muito mais caro ao país que uma ou outra cláusula de um contrato.”
O deputado social democrata Adão Silva enviou já quatro perguntas ao Ministério das Obras Públicas, inquirindo sobre as razões desta recusa e os atrasos que poderá provocar.
Já o presidente da Câmara de Bragança disse desconhecer a decisão e à Lusa manifestou o desejo de que não haja mais atrasos nestas vias.
O Tribunal de Contas recusou o visto prévio às concessões do Douro Interior, que engloba a construção do IP2 e do IC5, e da Auto-estrada Transmontana.
A Douro Interior foi adjudicada pela Estradas de Portugal ao consórcio liderado pela Mota-Engil, por um valor que ronda os 826 Milhões de euros, e as duas vias devem acabar até ao final de 2011.
A Auto-estrada Transmontana está a ser construída pelo consórcio da Soares da Costa, tem conclusão prevista para meados de 2011, e vai custar 801 Milhões de euros.
Escrito por CIR