Sex, 04/12/2009 - 09:55
A povoação mais perto fica a cerca de dois quilómetros da paragem.
Ontem, às seis da tarde, hora da manifestação na antiga estrada que ligava Bragança ao Porto, os termómetros marcavam apenas seis graus.
As crianças queixam-se que ficam ao frio e à chuva, ainda por cima num local sem iluminação e de tráfego intenso.
No local existe um abrigo mas que não dá para todos.
“Somos muito e quase que não cabemos, praticamente ficamos à chuva e ao frio” refere Fátima Cepeda acrescentando que “isto é um perigo estar aqui na estrada, os carros podem não nos ver”.
“Quando chove ficamos naquele abrigo mas não dá para todos” diz Daniel Alves “e está a cair” reforça Dércio Pires “nós queríamos que o autocarro estivesse aqui mais cedo”.
Odete Pires, uma das participantes no protesto, diz que já foi feito um pedido à empresa Inter 2000, que transporta as crianças até às aldeias, para antecipar o horário em dez minutos.
A resposta foi negativa.
Odete Pires só encontra uma explicação. “A câmara disse-me que era uma questão de birra porque já lhe foi pedido para pensar nas condições das crianças só que ele respondeu que a câmara não pagava bem”refere. “Só pedíamos a antecipação do horário em 10 minutos, para que estivesse aqui às 17H50 que é a hora em que chega a RODONORTE e os miúdos fossem logo transferidos”.
Os pais das crianças dizem que na origem desta situação estará a alegada perda de algumas carreiras por parte da empresa transportadora.
Outro dos pais presentes na manifestação, António Pires, insiste que tem de ser encontrada uma solução rapidamente, sob pena de serem tomadas outras medidas de protesto.
“Se eles não mudarem o horário então os pais vêm buscar os miúdos e o autocarro vem e vem vazio porque não vamos deixá-los passar aqui três meses de Inverno ao frio” afirma.
Contactado pela Brigantia, o proprietário da empresa Inter 2000, garante que não está a fazer birra e que as crianças não esperam muito tempo.
“Umas vezes chega a RODONORTE primeiro, outras vezes chegamos nós” refere Jerónimo Alves defendendo que esta situação não passa de um mal-entendido e deixa ainda um aviso.
“Nós temos facilitado tudo porque paramos em vários sítios, quando só somos obrigados a parar numa paragem de carreira, mas atendendo às condições climatéricas eu dei ordens ao motoristas para parar as vezes que forem necessárias e agora as pessoas agem desta forma?” questiona, acrescentando que “agora vou dar ordens para parar na paragem de carreira e mais nada”.
O empresário pede a intervenção da câmara de Bragança para evitar estas situações no concelho, garantindo que até já apresentou soluções que poupavam dinheiro aos cofres públicos.
A Brigantia tentou uma reacção do presidente da autarquia mas Jorge Nunes esteve incontactável.
Escrito por Brigantia