Ter, 04/10/2011 - 09:31
O presidente da Federação de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro salienta as dificuldades que os criadores de gado sentem nesta altura por causa do Verão prolongado.“Não chove, não há erva, não há pastos, não há milhos e tudo isto leva a que tenhamos que recorrer ao armazenamento das culturas que temos nos palheiros e depois no Inverno vai haver pouca ferragem” refere Mário Pereira. “Por este andar também não vamos ter sementeira de trigo e aveia porque a terra está demasiado seca” acrescenta.No sector da castanha, também não há razões para sorrir.“Durante o período de Verão não choveu e agora os ouriços não abrem bem e as castanhas secam muito rapidamente” explica Armando Bento, da associação Montevale de Bragança.O presidente da Associação de Agricultores do Vale da Vilariça acrescenta que o olival também está a sofrer com o calor deste Outono.“Neste momento a azeitona está muito desidratada o que vem influenciar o rendimento em azeite” afirma José Almendra, embora considere que “em alguns casos o processo ainda é reversível se chover nos próximos dias, mas o rendimento em azeite é certo quer vai ser menor”.No sector frutícola, o calor fora de tempo até ajudou durante a apanha.“A colheita decorreu com normalidade porque não houve dias de chuva” refere António Nascimento, produtor de maçã de Carrazeda de Ansiães.E o enólogo Pedro Sequeira salienta que o tempo seco acabou por ser benéfico para a vindima.“Até ao momento está a ser benéfico mas se a coisa continuar assim poderá gravar, embora as vindimas também já estejam no fim” afirma.Pedro Sequeira conclui que, apesar do calor e de alguma desidratação da uva, está a ser conseguido um bom equilíbrio entre álcool e acidez o que permite adivinhar um ano de excelente vinho.
Quanto ao tempo quente, vai manter-se nos próximos dias.
Escrito por CIR