Ronda das adegas caiu no goto dos visitantes

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Seg, 30/05/2011 - 11:11


A Ronda das Adegas foi uma aposta ganha para a Freguesia de Atenor, em Miranda do Douro. Sabores, artes e tradições saíram à rua para exaltar antigos costumes.  

No último sábado, em Atenor, o som da gaita-de-foles e os cantares tradicionais animavam quem por ali passava.

Os enchidos, o vinho, o mel, o pão e o queijo caseiro faziam as delícias de quem caminhava, adega em adega, descobrindo e degustando o sabor único da gastronomia rural.

 

Os velhos costumes abriram, assim, as portas para dar a conhecer aos visitantes e curiosos a riqueza cultural da região.

 Ana Rodrigues, com as mãos na massa, preparava o queijo de cabra como manda a tradição.

“Trabalhar com gosto não custa. Primeiro côa-se o leite por um pano e junta-se o coalho, tirado do estômago do cabrito antes de comer, como se fazia antigamente. Agora o coalho é já todo artificial.”

 Mais acima, na rua, estava Albertina Fernandes, a retirar do forno a lenha a sua terceira fornada de pão.

 “Hoje já é a terceira fornada. Já não faço mais porque estou cansada. Quando nos apetece, costumo cozer, para consumo próprio. As mulheres novas já não querem andar com este trabalho. Dizem que fica mais barato comprá-lo.”

 Nem o intenso calor que se fazia sentir fez com que os participantes, vindos de todo o país, arredassem pé.

Quem participou garante que mais em Atenor para além da gastronomia.

 

 “Porreiro, é altamente, espectacular. Já provei de tudo. É bom desde o convívio, ao paladar”, explica Paulino Monteiro, de Gaia. Manuel Guimarães, de Barcelos, diz que gosta de “cá vir” e, por outro lado, confessa-se apaixonado pelo “salpicão, pelas azeitonas, e pelo convívio”.

 

A organização espera realizar o evento outra vez no próximo ano, até porque garante que foi uma aposta ganha, numa aldeia que, nos últimos anos, contrariou a tendência de desertificação.

 A sua população cresceu mesmo 12 por cento em apenas dois anos.

A I edição da Ronda das Adegas a superar as expectativas de participantes e organização.

Escrito por CIR