Qua, 24/07/2024 - 09:52
A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, o Politécnico de Bragança e parceiros espanhóis estão a identificar pontos turísticos ligados ao património industrial, como o Centro Interpretativo das Minas de Argozelo, e tencionam ainda recuperar espaços, explica o presidente da CIM, Jorge Fidalgo. “O que nós queremos é fazer outros levantamentos que já conhecemos, fazer outra exposições e recuperar outros espaços e torna-los visitáveis, no sentido de estabelecermos aqui uma rota, entre Portugal e Espanha, de valorização do património ligado ao turismo industrial, não só o aspecto material mas também o humano, isto é, as vivencias e historias de pessoas”.
Um dos pontos de passagem será o Complexo Agro-industrial do Cachão, criado na década de 60, com várias empresas ligadas à agricultura. Está desactivado desde 1992, embora ainda tenha algumas empresas, como o matadouro de Mirandela. Agora, será recuperada toda a história. “A nível físico, o que estamos a pensar é recuperar a memória do património do Cachão. O financiamento para a parte de execução material é relativamente reduzido, não nos permite fazer grande investimento, porque a maior parte do investimento concentra-se na dinamização da rota, para termos um turismo não massificado, ao longo do ano”.
A rota faz parte do projecto IN_GENIOS_DUERO_DOURO. O objectivo é valorizar o território, capacitando os agentes económicos e turísticos, tendo em vista a cooperação transfronteiriça. Joaquim Garcia, coordenador do projecto do lado espanhol, explica que esta é uma forma de dar a promover património que não é muito conhecido. “O património industrial não é muito conhecido e a população não tem uma consciência muito clara. O projecto pretende identificar este património, consciencializar a população, estabelecer os recursos para a sua protecção, mas também integra-lo na economia do território, através da sua incorporação em rotas turísticas”.
Do lado de Castela e Leão, está também a ser feito o inventário com os vários pontos turísticos, nomeadamente moinhos.
O projecto foi apresentado, ontem, no Centro Interpretativo das Minas de Argozelo. Um investimento de um milhão e duzentos mil euros, com financiamento em 75% do Programa Interreg, da União Europeia. Prevê-se que esteja concluído dentro de três anos e, por isso, nessa altura os visitantes já vão poder usufruir da rota.
Escrito por Brigantia