Presidente do NERBA contra fim de benefícios fiscais das empresas do Interior

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Seg, 21/11/2011 - 11:16


Acabar com os benefícios fiscais para as empresas instaladas no interior do País dificulta a cooperação entre empresas do distrito de Bragança e da vizinha Espanha. Quem o diz é o presidente do NERBA, que lembra que os empresários portugueses e espanhóis competem num mercado desigual. Por isso, Eduardo Malhão pede ao governo que crie igualdade de oportunidades para os empresários da região conseguirem ser competitivos no mercado espanhol.  

“De facto competimos numa realidade e numa conjuntura adversa e desigual comparativamente com os nossos parceiros espanhóis. Há da parte deles também essa solidariedade e esse sentimento de que a cooperação só será fortalecida se se criarem igualdade de oportunidades. Parece-me que o caminho das nossas empresas deverá centrar-se precisamente na cooperação e na mobilidade dos seus mercados. Não é possível que as empresas se mantenham acantonadas no nosso espaço, sem uma visão estratégica de crescimento e de conquista de novos mercados. Isso só é possível fazê-lo ganhando massa crítica e ganhando escala e dimensão e percebendo também a realidade dos nossos parceiros espanhóis”, salienta o presidente do NERBA.

 

Eduardo Malhão não acredita que haja empresas do distrito a mudarem-se para a vizinha Espanha, mas realça que perante a actual conjuntura económica as empresas têm que operar a uma escala global para ganharem força no mercado e conseguirem sobreviver em tempo de crise.

 

“A dimensão das nossas empresas é essencialmente familiar. 95 por cento das nossas empresas são de carácter e de matriz familiar, logo obviamente que a família não se vai deslocar na totalidade para o País vizinho. E hoje é possível as empresas terem as suas sedes físicas e os seus centros de decisão numa região e interagirem e estabelecerem trocas comerciais à escala global. Há bons exemplos de empresários nossos que têm o seu centro de decisão localizado na região e operam à escala global”, enaltece Eduardo Malhão. 

 

O representante dos empresários do distrito disse ainda que o NERBA vai continuar a lutar contra a introdução de portagens na Auto-estrada Transmontana. Eduardo Malhão considera que a cobrança de portagens irá contribuir para o enfraquecimento do tecido empresarial da região.

Entretanto a Câmara de Bragança enviou ao primeiro-ministro uma comunicação a contestar o fim dos benefícios fiscais para as empresas instaladas no interior do País. O executivo liderado por Jorge Nunes reclama também um reforço das políticas de apoio a novos investimentos, como taxas de IRC de valor zero para as empresas que se fixem no Interior.

Recorde-se que a proposta do Governo prevê que estas empresas passem a ser abrangidas pelo regime geral, com uma taxa de IRC de 25 por cento, enquanto até agora pagavam apenas 15 por cento. Os novos investimentos beneficiavam de uma redução de 10 por cento durante os primeiros cinco anos de actividade, um apoio que também vai acabar.

Escrito por Brigantia