Seg, 28/06/2010 - 10:46
Manuel Miranda foi um dos mais afectados e dá conta de algumas queixas da Protecção Civil.
“Desde sexta-feira que a estrada está como se vê. Ainda não houve um acidente porque não calhou”, denuncia. “Tanto câmara como Protecção Civil ou junta de freguesia, nem uma palavra até à data. Tive de pagar a pessoas para me ajudarem a tirar a terra”, contou, acrescentando que “o comandante dos bombeiros ainda disponibilizou uma agulheta, já que homens não tinha”.
A Brigantia tentou falar com o comandante da Protecção Civil do distrito de Bragança mas Carlos Alves recusou-se a prestar declarações sobre este assunto.
Recorde-se que na sexta-feira, ao final da tarde, uma violenta trovoada provocou estragos sobretudo nos concelhos de Vinhais e Bragança.
A circulação na estrada nacional 103, entre Vinhais e Bragança, chegou a estar cortada, devido ao deslizamento de terras, junto à ponte do rio Soeira.
Também em Gondezende e Espinhosela, no concelho de Bragança, se registou a queda de alguns castanheiros.
A situação mais dramática viveu-se na região de Bragança, como recorda Manuel Miranda.
“Foi cerca de 25 a 30 minutos. Não havia quem dominasse a água. Foi uma tromba de água que se juntou aqui e as sarjetas não dão vazão”, explicou, confessando algum “sobressalto” ao longo do fim-de-semana, com as trovoadas. “Ninguém responsável quis estragar o fim-de-semana para vir limpar isto. Se vier outra chuva, acontece o mesmo, nem precisa de ser tão forte.”
Este habitante da quinta das Carvas, na saída Oeste de Bragança, perdeu culturas e alguns animais, para além de outros prejuízos.
“Vários prejuízos dentro da garagem. Entrou um metro de água e tinha frigorífico, máquina de lavar, arca, motosserra, foi tudo. Em termos agrícolas também. A água levou tudo. Morreram ainda algumas galinhas. Também tínhamos porcos, que andavam a nadar, mas rebentámos a parede e conseguiram sair”, explicou.
Também os seus vizinhos viram a água invadir-lhes a casa, estragando várias maquias, carpetes e cortinas.
Paulo Gonçalves, dos Bombeiros de Bragança, aponta ainda outros estragos causados por esta trovoada.
“As garagens ficaram cheias de lodo e lama. Na Faurécia um armazém ficou cheio de água e tivemos de intervir com quatro homens e dois carros. Também a farmácia Bem Saúde e as caixas de saneamento da rua Direita”, enumerou, adiantando que a zona mais afectada foi na quinta das Carvas, “possivelmente, as valetas não estão bem limpas”.
Também um lar de idosos foi atingido.
Ontem ainda havia bastante terra depositada na estrada e algumas pedras.
Escrito por Brigantia