País de origem obrigatório na rotulagem de azeite

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Qua, 11/02/2009 - 10:13


A AOTAD, Associação de Olivicultores de Trás-os-montes e Alto Douro, aplaude a aprovação por parte da União Europeia (UE) de novas directivas de rotulagem do azeite virgem e virgem extra que obriga a mencionar o país de origem.

Uma medida que, no entender da AOTAD, valoriza as regiões cujo azeite se destaca pela qualidade, como é o caso de Trás-os-Montes.

No entanto, a associação critica o Ministério da Agricultura por não enveredar pelo mesmo tipo de estratégia.

  

As alterações, que entram em vigor em 1 de Julho de 2009, vêm introduzir a obrigatoriedade da menção do país de origem no rótulo das embalagens de azeite virgem e virgem extra.

 

Segundo estas novas regras, será obrigatório que os azeites originários de um único país da UE mencionem no respectivo rótulo, esse mesmo país de origem. Caso o azeite seja originário de países terceiros, ou misturas de diversas origens, essa condição deverá também ser mencionada no rótulo.

 

Trata-se uma medida que visa proteger a tipicidade e individualidade dos azeites europeus e que vem valorizar as regiões cujo azeite se destaca pela qualidade e singularidade como Trás-os-Montes e Alto Douro. Medidas bem acolhidas pelo presidente da direcção da AOTAD, António Branco “É muito importante para uma fileira de qualidade como é a nossa”, atesta. “No fundo, é uma denominação de origem geográfica e que quer dizer que aquele produto só se pode fazer naquela região do mundo e assegura que quando tenho azeite 100% Trás-os-Montes, é 100% português”, acrescenta.

 

Para além destas modificações, António Branco explica ainda que “vai haver ainda outro tipo de menções técnicas garantidas por um painel de provadores”.

 

Estas regras vêm ainda complementar as regras das Denominações de Origem Protegida e destinam-se a garantir que aquilo que um consumidor compra numa embalagem de azeite corresponde efectivamente às suas preferências e expectativas. Para o presidente da direcção da AOTAD, António Branco, fica claro que, nesta matéria, Portugal ainda está a uma velocidade muito reduzida, lamentando que a introdução destas novas regras de rotulagem para o azeite virgem e virgem extra não sejam acompanhadas por uma atitude nacional de impacto equivalente.

 

“Em Portugal andamos a discutir ainda a questão dos galheteiros como se fosse importante para o azeite”, atira o responsável. “O que é importante é saber se o azeite que está na mesa é de confiança”, assegura.

  

Para além disso, António Branco critica o Ministério da Agricultura porque não comunicou à União Europeia, em tempo devido, quais as medidas nacionais necessárias para o acesso das organizações nacionais de produtores oleícolas ao financiamento comunitário. “Esse regulamento financia organizações de olivicultores e é destinado a programas de melhoria da qualidade, criação de painéis de provadores, sistemas de informação geográfica e o governo opta por não ter por esse regulamento em funcionamento alegando que nós temos um pagamento complementar e que é isso que serve para melhorar o azeite em Portugal”, explica. No entanto, considera que “esse pagamento não serve para nada na nossa região que está a ser prejudicada porque não recebe esse pagamento complementar e não aprova o regulamento que permitiria á AOTAD concorrer a programas de melhoria da qualidade em termos regionais”.

A AOTAD muito critica para com a estratégia nacional de valorização da fileira olivícola, pelo facto de passar apenas pelo apoio à plantação super intensiva, ignorando todo o potencial de diferenciação dos azeites de qualidade que são produzidos a nível nacional.

Escrito por CIR