"Os Verdes" não querem acordo entre EDP e autarcas do Tua

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Sex, 23/05/2008 - 11:24


O Partido Ecologista “Os Verdes” emitiu um comunicado em que deseja que o namoro entre a EDP e os autarcas do Tua seja infértil. Recordo que na passada terça-feira, no final de uma reunião entre as partes, em Murça, os autarcas regozijaram-se com a participação de representantes da EDP no processo.

Manuela Cunha, dirigente dos Verdes, está convencida que a disponibilidade da EDP para o entendimento é apenas conversa fiada e explica porquê. “Parece-nos que os autarcas concluem que a EDP é que está disposta a baixar a cota da barragem, ora essa não é uma disposição da parte da EDP, mas que partirá de quem aceita ou não o estudo de impacte ambiental”, sublinha a dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes”, afirmando que “a EDP pode fazer as propostas que quiser, mas a decisão final será daquele que aprova o estudo de impacte ambiental, que neste caso será o governo através do INAG, através do Ministério do Ambiente”. 

 

Manuela Cunha sublinha mesmo que a questão da cota da barragem é o que menos importa, pois os prejuízos que vai causar serão semelhantes. “Tantos estragos fará a barragem na cota mais baixa como na cota mais alta, porque a barragem vai destruir que o vale do Tua, a linha do Tua”, refere a dirigente do partido. “Os impactes económicos e sociais na zona de Murça e muito concretamente para os vitivinicultores, tudo isso acontecerá com a cota mais baixa ou mais alta”, reitera Manuela Cunha, acrescentando que “para os Verdes isso tudo não passa de conversa fiada, é uma forma de tentar dar a entender que há uma postura de diálogo, quando no fim não há”. “A postura é construir a barragem sem avaliar as hipóteses de desenvolvimento para a região, não existindo barragem”, assinala a dirigente dos Verdes.

 

Os Verdes lançam ainda um repto aos autarcas para promoverem um debate público, que permita ouvir a opinião das populações. “Não houve nestes concelhos uma informação exacta à população, não houve um conjunto de auscultações à população, não houve um debate no fim com as forças vivas da população”, denuncia Manuela Cunha. “Nós reunimos com as forças vivas e andámos em debate, temos consciência que as populações não estão devidamente informadas e os que estão informados, na sua grande maioria, têm uma postura contra a barragem”, conclui a dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes.

 

Os Verdes criticam também que a fase de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental decorra durante o verão. Entendem que, por coincidir com um período de férias, se trata de uma estratégia do Governo para reduzir a participação das populações e entidades.