Ter, 24/02/2015 - 10:26
No entanto o impacto na região fez-se sentir ainda antes da conclusão e início de produção de energia.
António Monteiro, que chefiou as três centrais do Douro Internacional, no seu início, recorda que a vinda de muitos trabalhadores teve efeitos positivos naquela pequena zona rural na época de construção.
“Trouxe muita gente, empregou algumas pessoas da região e era um impacto no concelho significativo. Na fase de construção teve um impacto tremendo na zona, depois um impacto muito menor, mas de qualquer maneira tinha cerca de 120 a 130 postos de trabalho aqui, até cerca de 2005, depois foram diminuindo”,explica
Apesar dos benefícios para o concelho trazidos inicialmente com a barragem se terem diluído com o tempo, a construção do Bairro Habitacional para os trabalhadores permanece e ainda hoje na paisagem das escarpas do Douro se destacam os vestígios do “Moderno Escondido”.
O também director do centro de produção do Douro até 2012, viveu tal como os restantes trabalhadores no Cardal do Douro, a aldeia construída de raiz e recorda que “havia as condições todas, isto era uma aldeia modelar tinha esgotos, capelas, havia uma piscina, uma estalagem, uma escola específica só para os filhos dos funcionários, posto médico, dentista que não havia em sítio nenhum, tinha as infraestruturas todas. Tínhamos coisas que não havia em Mogadouro”.
Mas também a nível nacional a Barragem de Bemposta desempenhou um importante papel na época, tendo sido uma das primeiras centrais que alavancou a fase de industrialização a partir da década 60, e a terceira de entre os aproveitamentos hidroeléctricos do Douro Internacional.O director de Produção da EDP, Pita de Abreu, explica que o plano de fomento, criado há cerca de 60 anos, “para poder funcionar necessitava de energia e o recurso a que Portugal tinha acesso era a água”.
A edificação da barragem concretizou ligação viária a Espanha, ainda hoje a única existente no concelho de Mogadouro.
Escrito por Brigantia