Obras do túnel do Marão paradas por falta de acordo entre o Estado e a concessionária

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Qui, 15/03/2012 - 10:59


O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse esta quarta-feira, no Parlamento, que as obras da auto-estrada do Marão, entre Amarante e Vila Real, estão paradas devido à inexistência de um acordo global entre o Estado e a concessionária.

Sérgio Monteiro foi ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas e afirmou, em resposta ao deputado do PSD Luís Menezes, que não governa para ir à boca do túnel do Marão tirar fotografias e dizer que a obra voltou.

E sublinha que quando ela voltar, voltará com o trabalho todo”.O deputado do PSD eleito por Vila Real, Luís Ramos, entende que o Governo tem vontade que a obra se reinicie, mas também não quer pôr em causa o interesse público:  “O que está a ser feito é uma tentativa de salvar ainda esta solução. Porque a alternativa é acabar com esta solução e fazer o resgate da concessão, partir para novo concurso, cujas implicações em termos de tempo e em termos de custos vão ser completamente diferentes. O governo tem vontade de resolver o problema mas não vai fazê-lo a qualquer preço”, referiu.  E acrescentou: “Um dos grandes obstáculos tem a ver com o facto de o empréstimo ter sido feito com taxas que variam entre 0,8 e 1,2… Neste momento o valor quadruplicou ou mais. E portanto o que está em causa é encontrar uma solução do ponto de vista financeiro, que o próprio Ministério das Finanças também viabilize e permita encontrar uma solução de compromisso entre aquilo que seria a vontade dos financiadores, a vontade da própria concessionária que exige 100 milhões de euros pela paragem das obras e o próprio Estado que tem que defender o interesse público”. As obras da auto-estrada que vai ligar Amarante a Vila Real, e que incluem o Túnel do Marão, estão paradas há mais de oito meses.A construção não tem sido um processo pacífico. Duas providências cautelares interpostas pela empresa Águas do Marão ditaram as duas primeiras suspensões na escavação do túnel.

Esta terá sido a primeira causa dos problemas que estão a afectar o projecto.A isto juntou-se o corte de financiamento por parte do sindicato bancário que financia a obra. O fundo de risco é outra das questões que está, agora, a travar o acordo entre a concessionária e o Governo.Trata-se de um fundo que visa compensar a exploração por eventuais perdas na procura de tráfego. A concessionária teme que passem menos carros nesta via do que o inicialmente previsto. Escrito por Rádio Ansiães e Universidade FM (CIR)