Museus municipais em Macedo de Cavaleiros de portas fechadas

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Sex, 18/01/2019 - 09:46


Os Museus Municipais Martim Gonçalves e de Arqueologia Coronel Albino Pereira Lopo, em Macedo de Cavaleiros, estão desde o início do ano encerrados. As duas estruturas museológicas são geridas pela Associação Terras Quentes, com apoio do município.

As duas entidades não chegaram até agora a entendimento segundo o autarca de Macedo, Benjamim Rodrigues, que acusa a associação Terras Quentes de ter tomado uma posição unilateral:

“Houve um desentendimento entre o presidente da Associação Terras Quentes e a nossa vereadora da cultura, relativamente ao financiamento. Depois, surge esta decisão unilateral de encerrar os museus, o que em termos das alíneas do contrato de comodato, significaria logo a cedência de instalações para o município”, disse Benjamim Rodrigues.

Recordamos que em Março do ano passado, estes dois museus estiveram fechados durante uma semana por falta de financiamento da autarquia.

A situação ficou resolvida depois de uma reunião entre as duas entidades, na qual a câmara garantiu que asseguraria o pagamento dos salários dos três funcionários e despesas com electricidade e água, com algumas contrapartidas por parte da associação.

Benjamim Rodrigues garante que essas obrigações não foram cumpridas, e que a afluência aos museus era muito baixa:

“No último mandato, ainda liderado pelo Dr. Duarte Moreno, os museus receberam 35 mil euros à Associação Terras Quentes para manter os museus abertos. O ano passado, nós demos entre 55 a 58 mil euros. Em contrapartida, eles tinham uma série de obrigações protocolares para connosco, nomeadamente a publicação de cadernos da Associação Terras Quentes, sobre o passado arqueológico do nosso município. Isso não foi desenvolvido, assim como outras actividades.

O número de visitantes dos dois museus foi de 340, no ano passado, em conjunto. A média é de meio visitante por dia, o que é muito mau”, acrescentou o autarca.

No entanto, o presidente diz que a autarquia está disposta a voltar a dar o mesmo financiamento este ano, se as condições do contrato forem cumpridas por ambas as partes, e aponta já uma alternativa no sentido de tornar os museus mais sustentáveis:

“Há possibilidade de chegarmos a acordo e estamos dispostos a dar o mesmo valor dado o ano passado, se eles cumprirem as obrigações estipuladas em função do contrato de comodato. Há a possibilidade de tentar reunir os dois edifícios em um só, racionalizando meios, tornando-o menos dispendioso e mais funcional. Os museus terão sempre que existir”, sustentou Benjamim Rodrigues.

Benjamim Rodrigues referiu ainda que o montante pedido o ano passado pela Associação Terras Quentes foi de 85 mil euros.

Até ao momento, ainda não conseguimos obter uma reacção por parte da Associação Terras Quentes.

Escrito e Foto por Rádio Onda Livre (CIR)