Sex, 22/01/2010 - 10:19
“Neste momento, o seguro de colheita é financiado em 75 por cento pelo Governo mas, cada vez que há uma catástrofe destas, os seguros de colheitas não aparecem”, garante. “E há fileiras, como a olivícula, que têm dificuldades de aceder aos seguros pela forma como têm sido feitos. Neste momento era importante abordar essa questão. O que foi transmitido era que os seguros de colheita deviam ser adequados às necessidades dos agricultores e fomos informados de que isso poderia vir a acontecer.”
António Branco defende que o modelo de seguros de colheita, actualmente, não traz vantagens para os agricultores.
“O que acontece hoje em dia é que grande parte dos agricultores não têm apólice porque em qualquer oportunidade o seguro deixa de ter eficácia. Então, deixa de ser uma vantagem e passa a ser mais uma despesa”, explicou, garantindo que em 2007, aquando das geadas que mataram muitas oliveiras, “foram pouquíssimos os olivicultores que foram beneficiados” e, “ainda hoje há agricultores que não receberam” as verbas a que tinham direito.
Mas quem não ficou satisfeito com a visita do ministro foi a Associação de Agricultores do Distrito de Bragança porque, simplesmente, não foi convidada para o encontro. José Pegado, o líder da ADAB, também não gostou que o ministro tivesse mudado de ideias quanto às ajudas devido ao mau tempo.
“Não estendeu o convite às associações, principalmente as mais representativas de âmbito distrital e nós temos mais de 1500 associados”, explica. Por outro lado, “veio contradizer o que tinha dito anteriormente, que o financiamento se estendia a todo o país”. “Aqui veio dizer que não. Acho uma posição negativa do ministro, porque os agricultores daqui também são gente e pagam os impostos. Vai haver gente que vai ficar incapacitada de produzir, porque não tem meios para repor as estruturas afectadas.”
No distrito de Bragança ainda está a ser feito o levantamento dos prejuízos mas, segundo José Pegado, deverão ascender aos milhares de euros.
“São montantes acentuados. A nível das horticulturas ficou tudo destruído. As praças já estão sem produtos. Já se verificou nas últimas feiras em Mirandela e Bragança que não havia produtos hortícolas. Os que há vêm de Espanha”, relata.
Caso tivesse participado na reunião com António Serrano, o líder da ADAB iria pedir uma intervenção do ministro da Agricultura nos preços do mercado, pois existe uma grande disparidade entre o que paga o consumidor e o que recebem os agricultores.
Nesta visita, o ministro da Agricultura comprometeu-se ainda a visitar a região duas vezes por ano.
Escrito por Brigantia