Ladrões fizeram-se passar por filha de idosa para a assaltarem no centro histórico de Bragança

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Qua, 06/04/2011 - 11:24


Uma idosa, de 80 anos, foi assaltada em sua casa por um casal, na madrugada de ontem. Os assaltantes roubaram algumas peças em ouro e agrediram a vítima, que mora sozinha na zona histórica de Bragança.

Lurdes Henriques mora sozinha desde que enviuvou. Mas tem uma filha a morar perto de si. Por isso, não estranhou quando na madrugada de segunda-feira, por volta das cinco da manhã, alguém lhe bateu à porta a chamar por si. Abriu, pensando que era a filha. Afinal, eram dois ladrões. Ele, com 22 anos e ela com 18, que lhe entraram porta dentro.

 

“Era uma rapariguita miudinha, com os cabelos cumpridos”, diz. “A matação dela era só o ouro, dizia-me ‘vai buscar o ouro’”, conta Lurdes Henriques, que só tinha os brincos nas orelhas e as alianças nos dedos.

 Os ladrões ainda lhe conseguiram levar alguns objectos em ouro, depois de a terem agredido.

“Tirou-me os brincos e as alianças. Ainda pensava que me tivesse esgaçado as orelhas. Depois telefonei à minha filha e a senhora de cima também veio logo”, recorda.

 Os assaltantes só fugiram depois de ouvirem passos da vizinha de cima.“Ao ouvirem gritar, desapareceram os dois. A minha visinha pôs-se aflita porque ouviu falas e pensava que a minha filha me tinha encontrado morta. Ainda me bateram na cara e fiquei com marcas”, aponta.

Lurdes Henriques diz que agora não volta a cair noutra.

 “Ai, agora que diga mãe ou que diga pai, telefono logo para casa da minha filha”, garante.

A PSP de Bragança, entretanto, prendeu três pessoas. Para além do casal que terá entrado na casa de Lurdes Henriques, prendeu ainda um outro indivíduo, de 28 anos, e recuperou os objectos roubados.

A vizinhança deste bairro junto ao rio Fervença, na zona história de Bragança, também não ganhou para o susto. E pedem que as luzes da via pública se mantenham acesas até ao nascer do sol, algo que não acontece actualmente.

“Por volta das seis da manhã desligam as luzes todos os dias”, garante Natália Ribeiro, filha da vítima. “Isto é um bairro com poucos habitantes e sem luz ainda é muito pior”, diz. Já Otília Garcia garante que é preciso “muito mais cuidado”, porque “a bandidagem é muita”. “Os novos não têm dinheiro mas querem fazer vida de ricos e depois acontecem estas coisas”, sublinha.

Os mesmos indivíduos são também suspeitos de um furto num pronto-a-vestir na mesma noite.

Os suspeitos foram presentes a tribunal esta terça-feira.

Ainda não são conhecidas as medidas de coação.

Escrito por Brigantia