Jovens empresários queixam-se de dificuldades para manter negócio

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Qui, 08/07/2010 - 09:54


Os jovens empresários de Bragança têm mais dificuldades para ver o seu negócio sobreviver do que os seus colegas empresários do litoral. Inovação, apoios estatais e novos nichos de mercado são as soluções para a sobrevivência de um negócio no interior transmontano. Estas foram algumas das conclusões de uma conferência sobre Empreendedorismo e Emprego Jovem no concelho de Bragança, organizada pela Juventude Socialista, na capital de distrito.  

Nuno Machado e Márcio Vara são dois exemplos de empresários jovens no concelho e explicam que são vários os problemas com que se deparam.

“As dificuldades são a falta de apoio que sentimos e por causa disso temos optado por uma diferenciação que passa pelo catering, serviços para fora e as feiras de gastronomia e para aguentar temos mesmo de partir para outros mercados” afirma Nuno Machado, empresário na área da restauração. “A baixa taxa de população e o baixo nível de poder de compra e o isolamento” ditado pela densidade populacional são os factores apontados por Márcio Vara, empresário na área dos cuidados a idosos.

 

Ambos empresários dizem, contudo, que também há vantagens nesta região, como o facto de a mão-de-obra ser mais barata do que no litoral.

No total, empregam 35 pessoas, sendo que, no caso de Márcio Vara, os oito colaboradores da sua empresa são jovens recém-licenciados.

 

No entanto, no distrito de Bragança, a percentagem de jovens empresários ainda é bastante baixa.

De acordo com o presidente do Núcleo Empresarial da Região de Bragança, apenas um a dois por cento dos 350 sócios do NERBA são jovens empresários.

No entanto, Rui Vaz acredita que há muitos mais e que o número tem vindo a crescer.

Mas a cobrança de portagens na Auto-estrada transmontana poderá ser um entrave ao aparecimento de novos negócios.

Por isso, diz que é necessária uma discriminação positiva para a região.

“Quero crer que a discriminação positiva que se tem feito para o interior também venha a ser nesta matéria” afirma.

 

E o Instituto de Emprego e Formação Profissional é mesmo o ponto de partida para muitos negócios.

Confrontados com uma situação de desemprego, muitos jovens decidem apostar na criação do próprio emprego.

O director do centro de emprego de Bragança revela que em 2009 foram cerca de 40 as novas empresas criadas com apoio do Estado.

Este ano, o nível de procura mantém-se e são vários os tipos de apoio a que podem aceder.

“O programa que temos é para jovens desempregados e que queiram ter uma iniciativa do próprio emprego. Podem pedir a antecipação do subsídio de desemprego, solicitar um montante até cinco mil euros para investimento e recorrer ao micro-crédito” explica Alcídio Castanheira, acrescentando que há ainda “as iniciativas locais de emprego em que os jovens são apoiados pelo investimento e pelos postos de trabalho que criavam. Estes projectos tiveram êxito. Foram cerca de 30 ou 40 a recorrer a isso”.

 

Segundo Alcídio Castanheira houve mesmo projectos com um apoio de 60 mil euros.

Ao todo, terão sido criados quase uma centena de postos de trabalho no ano passado através deste tipo de apoios aos jovens empresários.

Escrito por Brigantia