Qua, 06/12/2017 - 09:42
O presidente eleito, Telmo Afonso, continua na condição de gestão corrente, mantendo-se em funções os anteriores membros do executivo, com excepção do ex-presidente, José Pires.
Esta segunda-feira, realizou-se uma assembleia de freguesia extraordinária, convocada 10 dos eleitos, para analisar a situação económica e financeira da autarquia.
José Pires, o anterior presidente, quis responder ao que considerou “boatos”, nomeadamente a falta de verba para pagar os vencimentos dos funcionários, o financiamento da publicação do dicionário de “Dicionário de Palavras Soltas do Povo Transmontano”, de que é co-autor, e a ausência de transferência de 150 mil euros por parte da Câmara Municipal de Bragança.
Reiterou que havia dinheiro quando passou as contas, que a publicação do dicionário trouxe prestígio à União de Freguesias e terá os custos cobertos com as vendas e compromissos de aquisição por vários municípios do distrito, adiantando que já poderia estar a fazer-se uma reimpressão e que os autores estão disponíveis para “ceder os direitos gratuitamente”. Deixou avisos relativamente à condição do actual presidente, que estará “impedido, por lei, de assumir compromissos”, pelo que não poderá tomar decisões, promover trabalhos ou mesmo ceder carrinhas e o comboio turístico, adiantando que solicitará a intervenção do ministério público se tal se verificar.
O presidente eleito, Telmo Afonso, afirma que a verba transferida pela autarquia não é a devida pelas obras e explicou que apesar de terem sido pagos os compromissos de Novembro, em relação ao próximo mês não há dinheiro disponível. Telmo Afonso diz que está disponível para um acordo até porque a situação de gestão não é sustentável.
Questionou também a participação do antigo presidente na autoria do “Dicionário de Palavras Soltas do Povo Transmontano”, estranhando “que um presidente da junta se apoie a ele próprio”. Anunciou também que a câmara municipal transferiu quase 25 000 euros para a junta, de modo a que pudessem ser pagos os salários dos funcionários.
O candidato socialista à União de Freguesias nas últimas autárquicas, Artur Pires, disse esperar que haja abertura para negociações no sentido de vir a encontrar-se uma solução para que a autarquia possa funcionar normalmente, mas para já não aceita fazer acordos porque não encontra abertura por parte da lista vencedora.
Ficaram ainda outros apelos à negociação na assembleia de freguesia extraordinária, no entanto, não parece estar para breve um entendimento que possibilite a constituição efectiva de um novo executivo da maior união de freguesias do distrito de Bragança.