Qua, 07/05/2025 - 08:20
O convívio, a matemática e os sorrisos tornaram a tarde numa experiência que querem repetir. “Estou a gostar. Estou feliz e bem. Não acho isto difícil, acho que é fácil. É preciso ter boa memoria. Sei contar, sei ler e sei escrever”, disse uma das participantes. “Este tipo de atividades é importante porque se puxa pelo cérebro. Para deixar os problemas para trás temos de pensar noutros”, referiu outra participante.
Um projeto que está a ser desenvolvido pelo Centro de Educação Especial de Bragança, desde o início do ano. Pretende envolver as instituições da região e incentivá-las a promover a estimulação cognitiva junto dos utentes. As olimpíadas foram o culminar de todo o trabalho. A diretora do CEE, Anabela Pires, destaca todos os benefícios deste envolvimento. “Mais do que tudo é as pessoas encontrarem-se num momento e espaço distinto e numa dinâmica também ela distinta, que deve ser alargada para o bem-estar, convívio e socialização. Não podemos estar apenas de portas abertas mas sim sair de portas”.
Quando os utentes das várias instituições perceberam que podiam participar na atividade, rapidamente aceitaram o desafio. E contra todos os estigmas, as pessoas com deficiência mostraram que são capazes de muito, garante Sofia Morais, da APPACDM de Mirandela, uma associação para pessoas com deficiência. “Quando começamos a treinar eles nem queriam fazer as contas no papel. Era tudo de cabeça e nós ficamos surpreendidos. Já sabíamos que eles tinham capacidade mas são rápidos”.
Desta forma, os idosos sentem-se também mais valorizados e ativos, sublinha Jacinta Pinto, diretora técnica da instituição Partilha dos Afetos, situada em Rebordãos. “Acima de tudo é uma valorização para eles, desde a integração e sentirem que ainda são capazes. Acham que são uns sábios e de facto são. Vivemos num mundo de tecnologia, de calculadoras e telemóveis, e já nem sabemos fazer contas sem esses acessórios. Eles dão-nos uma lição nesse sentido”.
A Matadapt, Olimpíadas de Matemática Adaptada, aconteceram esta terça-feira, no Centro de Educação Especial de Bragança, uma instituição que acolhe pessoas com deficiência.
Esta foi a primeira edição da Matadapt, um projeto que visa incentivar as instituições do distrito a realizar atividades, promovendo o envelhecimento ativo, mas também o desenvolvimento cognitivo.
Escrito por Brigantia
