Eventual encerramento da linha do Tua “é exclusivamente por causa da barragem”

A garantia foi dada ontem pela secretária de estado dos transportes, Ana Paula Vitorino, na Assembleia da República, aos representantes dos diversos grupos parlamentares, durante uma audição em sede de Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

A sessão foi uma iniciativa do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes”, que pretendeu questionar a governante sobre o futuro daquela via-férrea.

A barragem é, por agora, a única inimiga da linha ferroviária, a julgar pelas palavras da secretária de Estado dos Transportes. “A única razão por que se virá, eventualmente, a encerrar, total ou parcialmente, a linha do Tua é exclusivamente por causa da construção da barragem” afirma a governante salientado que “se a barragem não for construída, esta linha não será desactivada”.

Caso a barragem avance vai ser necessário criar alternativas de mobilidade. Porém, Ana Paula Vitorino entende que dificilmente será possível criar outro caminho-de-ferro ao longo do rio Tua. “Neste eixo, nós não conseguimos pôr a linha numa cota superior porque trata-se de construir uma linha numa escarpa” afirma, por isso, a solução vai passar por “procurar alternativas” que se não puderem ser ferroviárias “teremos de pensar num bom sistema de transportes públicos rodoviários” acrescenta.

Ana Paula Vitorino adiantou também que a REFER está a desenvolver um sistema de segurança para as linhas ferroviárias que o exijam, sendo que a do Tua deve ser contemplada. “A REFER está a desenvolver para toda a rede ferroviária nacional um sistema de risco geotécnico com detectores” adianta a secretária de estado dos transportes.